
Lucas Grau chama de fake news notícia sobre perda do mandato na Câmara
Decisão foi dada pela juíza Sandra Lustosa Franco, da 89ª Zona Eleitoral, que mandou anular todos os votos obtidos pelo Novo


Em um vídeo publicado na tarde desta terça-feira (8), o vereador Lucas Grau (Novo) classificou como fake news a notícia da anulação de todos os votos conquistados por seu partido nas eleições de 2024. Com a decisão, ele perde o mandato na Câmara de Umuarama, mas Grau ainda pode recorrer.
A sentença é assinada pela juíza Sandra Lustosa Franco, da 89ª Zona Eleitoral. A magistrada também declarou a inelegibilidade de Juliana Clara Monico pelo período de oito anos, ao acatar a versão de que ela foi usada como ‘laranja’ pelo Partido Novo para cumprir a cota de 30% de mulheres no pleito do ano passado.
Lucas Grau surge no vídeo com um uma música emotiva, do conjunto de trilhas sonoras do seriado mexicano Chaves. Grau aparece com uma mochila nas costas, recolhendo a placa de identificação no plenário, com o seu nome.
Ele então apresenta parte do título publicado de manhã por OBemdito, omitindo a palavra Justiça. “Tira o vereador Lucas Grau da Câmara? Isso é uma tremenda fake news”, diz.
E acrescenta: “O próprio Ministério Público deu parecer favorável ao nosso partido e, apesar da juíza ter entendido de forma diferente, essa decisão não é definitiva e nós iremos recorrer a um colegiado de desembargadores que irão avaliar”.
Lucas Grau afirma ainda que, “afinal, de laranja, é só o meu partido”, que tem a predominância da cor em sua comunicação.
Ação movida pelo PSB
A juíza Sandra Lustosa Franco atendeu a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo PSB, que acusou o Novo de usar candidatura ‘laranja’ para cumprir a cota de 30% de mulheres nas eleições, conforme determina a Lei 9.504/97.
A sigla denunciante conseguiu provar (esse foi o entendimento da magistrada) que Juliana Monico não chegou a fazer campanha política, agindo de forma figurativa, apenas para preencher vaga e maquiar o cumprimento da legislação.
Mais cedo, em entrevista a OBemdito, Grau disse que respeitava a decisão judicial, mas que ela não é definitiva, por ter sido tomada em primeira instância. De fato, ele pode recorrer ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), em Curitiba. Até a decisão do colegiado, seguirá normalmente no cargo.
Quem é o suplente imediato de Lucas Grau
Uma vez confirmada a nulidade dos votos do Novo em Umuarama, Lucas deixará o cargo público para um suplente de outra sigla. Nos bastidores, o entendimento é de Washington Guirão é o nome imediato, pelo número de votos reunidos por seu partido, o PSB, que já conta com o vereador Ronaldo na Câmara.
A divergência entre Ministério Público Eleitoral e Justiça Eleitoral é usada como elemento positivo, a seu favor, por Lucas Grau. Porém, o MP não julga, ele dá parecer, que pode ou não ser acompanhado pelos magistrados.
Anulações em Maria Helena
O TRE está repleto de decisões com poder de tirar o sono de Grau. Uma delas, recente, aconteceu na vizinha cidade de Maria Helena. Os desembargadores confirmaram a decisão em primeira instância que anulou todos os votos obtidos pelo PL e pelo PSD. Cinco vereadores perderam os mandatos, porém usarem candidatas laranja. Suplentes foram empossados.
Ainda que tenha seu mandato interrompido, Lucas Grau pode se gabar de um feito importante, ao atingir a expressiva votação de 1906 eleitores, a terceira maior da atual composição, onde também é o vereador mais jovem.
A condenação em primeira instância não é por um crime cometido por Grau, e sim por seu partido que, pelo entendimento da justiça eleitoral, gosta muito de laranja, mais que a cor.