Polícia Civil prende fisioterapeuta influencer por exercício ilegal da medicina

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu em flagrante um fisioterapeuta influencer de 38 anos, sob acusação de falsificação de medicamentos, armazenamento e comercialização de produtos impróprios para consumo, além do exercício ilegal da medicina. A prisão ocorreu nesta segunda-feira (7) no Centro de Curitiba, durante ação conjunta com a Vigilância Sanitária da capital.

A investigação conduzida pela PCPR teve início após um paciente relatar à corporação que sofreu necrose em uma região do corpo após submeter-se a um procedimento de harmonização facial com um fisioterapeuta. A queixa foi registrada diretamente na unidade da PCPR, despertando a atenção das autoridades para possíveis práticas ilegais no estabelecimento.

Conforme detalhou a corporação, o local onde o homem atendia funcionava como consultório voltado à fisioterapia pélvica. No entanto, durante a operação, diversas irregularidades foram detectadas, o que levou à interdição do espaço pela Vigilância Sanitária após a fiscalização.

Irregularidades constatadas

Durante a inspeção, fiscais e policiais constataram uma série de práticas incompatíveis com a legislação sanitária e os padrões profissionais exigidos. Entre os achados, estavam materiais médicos descartáveis — como seringas e agulhas — transportados em mochilas, armazenamento de toxina botulínica (botox) sem refrigeração e sem nota fiscal, além do descarte de lixo hospitalar em recipientes destinados ao lixo comum.

Além disso, produtos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram identificados no local. Entre eles estavam cânulas, ácido hialurônico e anestésicos, todos de uso restrito e sujeitos a controle sanitário rigoroso. Também foram encontrados frascos sem qualquer identificação, substâncias com validade expirada e hialuronidase manipulada para preenchimento intradérmico, prática proibida para esse tipo de aplicação.

Atuação nacional e redes sociais

Posteriormente as autoridades descobriram que o fisioterapeuta mantinha forte presença nas redes sociais, nas quais divulgava supostos procedimentos realizados em seus pacientes. De acordo com a delegada Aline Manzatto, responsável pela investigação, “o suspeito, que possui mais de 10 mil seguidores nas redes sociais e outros 2 mil em um aplicativo de mensagens, mostrava em suas plataformas diversas cirurgias íntimas realizadas por ele. Além de atender em Curitiba, atuava em Balneário Camboriú, São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas”.

Prisão e penalidades

O homem foi autuado em flagrante e em seguida, encaminhado ao sistema penitenciário. Considerando todos os crimes pelos quais foi indiciado — falsificação de medicamentos, venda de produtos impróprios, prática ilegal da medicina, entre outros —, a soma das penas pode resultar em até 22 anos de prisão, conforme a avaliação inicial da Polícia Civil.

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(OBemdito com informações PCPR)

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