Ex-presidente Jair Bolsonaro é internado em Brasília, onde deve passar por cirurgia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou na capital federal na noite deste sábado (12) para ser submetido a uma nova cirurgia, após ser internado em Natal (RN) na sexta-feira (11) com fortes dores abdominais. O político, que cumpria agenda no Rio Grande do Norte, passou por atendimento de urgência e foi transferido para Brasília, onde deve ser operado em decorrência de complicações relacionadas ao atentado que sofreu em 2018.

A internação e o transporte

Bolsonaro chegou ao Distrito Federal por volta das 21h30 e seguiu diretamente para o Hospital DF Star, onde foi admitido por volta das 22h. A decisão pela transferência foi tomada após avaliação médica no Hospital Rio Grande, em Natal, onde ele foi inicialmente tratado.

O mal-estar começou ainda na manhã de sexta-feira, quando Bolsonaro estava no município de Tangará, a cerca de 90 km da capital potiguar. Ele foi levado de carro para o Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz, onde recebeu os primeiros cuidados. Após estabilização, seguiu de ambulância até o estádio municipal da cidade e, de lá, foi transportado de helicóptero para Natal.

O diagnóstico e a relação com o atentado de 2018

Em publicação no X (antigo Twitter), Bolsonaro explicou que os médicos identificaram uma complicação no intestino delgado, atribuída a “consequências das múltiplas cirurgias” que enfrentou após ser esfaqueado durante um comício em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018. Desde então, o ex-presidente já passou por pelo menos cinco procedimentos cirúrgicos relacionados às lesões do atentado.

“Depois de tantos episódios semelhantes ao longo dos últimos anos, fui me acostumando com a dor e com o desconforto. Mas, desta vez, até os médicos se surpreenderam”, escreveu. Ele citou o médico Claudio Birolini, que teria classificado o quadro como “o mais grave desde o atentado que quase me tirou a vida em 2018”.

Estado de saúde e próximos passos

O último boletim médico, divulgado às 11h deste sábado pelo Hospital Rio Grande, informou que Bolsonaro teve uma noite tranquila, com redução da distensão abdominal e sem necessidade de analgésicos. “Apresenta excelente estado de humor”, dizia o comunicado, acrescentando que seus sinais vitais e exames estavam dentro da normalidade.

O ex-presidente permanece em hidratação venosa, recebe nutrição parenteral (via intravenosa) e mantém o uso de antibióticos e outros medicamentos prescritos. A equipe médica ainda não detalhou o tipo de cirurgia que será realizada em Brasília, mas especialistas ouvidos pela reportagem indicam que o procedimento pode estar relacionado a aderências intestinais, comum em pacientes submetidos a múltiplas intervenções abdominais.

Contexto político e reações

A internação ocorreu enquanto Bolsonaro cumpria agenda política no Nordeste, região onde busca fortalecer sua base de apoio. O ex-presidente visitava obras financiadas durante seu governo e participava de eventos com aliados.

Líderes do PL e aliados publicaram mensagens de apoio nas redes sociais. O governador do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que politicamente se opõe a Bolsonaro, desejou “pronta recuperação” ao ex-presidente.

Histórico médico

Bolsonaro tem um histórico de complicações pós-atentado, incluindo obstruções intestinais e infecções. Em julho de 2022, ele passou por cirurgia após ser diagnosticado com hérnia incisional. Médicos alertam que sequelas de ferimentos abdominais graves podem demandar intervenções por anos.

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