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Paranaense de 4 anos com QI de 150 entra para associação internacional de superdotados

O número é raro para sua faixa etária e garantiu sua aceitação na associação mundial de pessoas com altas habilidades cognitivas

Foto: Arquivo Pessoal
Paranaense de 4 anos com QI de 150 entra para associação internacional de superdotados
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 14 de abril de 2025 às 12h04 - Modificado em 14 de abril de 2025 às 12h06

Com apenas quatro anos, Thomas Cargnelutti Galina, morador de Toledo, tem despertado interesse não apenas de seus pais, mas também da comunidade acadêmica e de especialistas em altas habilidades.

Desde cedo, sua inteligência incomum chamou a atenção: antes de completar um ano de idade, ele escreveu a primeira palavra utilizando letras de EVA, um marco precoce e expressivo em seu desenvolvimento cognitivo. Esse episódio foi o ponto de partida para a compreensão de que se tratava de uma criança fora dos padrões comuns.

Seus pais, Jocelaine Cargnelutti e Vanderlei Galina, ambos professores de matemática na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), identificaram rapidamente o potencial extraordinário do filho. Segundo eles, desde os primeiros meses de vida, Thomas demonstrava uma capacidade de observação, associação e aprendizado muito acima do esperado para sua idade.

Aceitação na Mensa e o reconhecimento do QI

Após a realização de testes específicos, a hipótese da superdotação foi confirmada: Thomas possui um quociente de inteligência (QI) de 150. Esse número é considerado raro para sua faixa etária e suficiente para garantir sua aceitação na Mensa, a maior associação mundial de pessoas com altas habilidades cognitivas. A Mensa reúne indivíduos com QI elevado e promove encontros, debates e ações educativas voltadas ao estímulo intelectual e ao desenvolvimento pleno dessas capacidades.

Além disso, esse reconhecimento por parte da Mensa contribuiu para reforçar a importância de oferecer a Thomas um ambiente de aprendizado compatível com sua maneira de pensar e de se desenvolver. Os pais, atentos e sensíveis à condição do filho, seguem investindo em estímulos que respeitam tanto suas necessidades intelectuais quanto emocionais.

Preferências intelectuais e vida social

Embora tenha aptidão em diversas áreas do conhecimento, Thomas demonstra especial interesse por matemática, robótica e raciocínio lógico. Ele é fascinado por números, padrões e mecanismos, e passa boa parte do tempo se dedicando espontaneamente a atividades relacionadas a esses temas. Apesar de suas habilidades cognitivas acima da média, o garoto mantém um perfil social ativo. Gosta de fazer amizades, brincar e participar de jogos, características típicas de uma infância saudável.

Mesmo sendo considerado um gênio, Thomas vive plenamente sua infância. O convívio com outras crianças, o afeto familiar e a liberdade para explorar diferentes interesses fazem parte do cotidiano da família. Para Jocelaine, esse equilíbrio é essencial: “Nós não criamos nenhuma expectativa sobre o Thomas, apenas torcemos para que ele use esse dom Divino para o bem”, afirma.

Desafios enfrentados por crianças neurodivergentes

No entanto, a trajetória de crianças superdotadas como Thomas nem sempre é fácil. Conhecidas como neurodivergentes, essas crianças possuem conexões cerebrais mais rápidas do que as típicas, o que pode gerar frustrações e incompreensões, principalmente em ambientes escolares que não estão preparados para identificar e acolher essas diferenças.

Frequentemente, comportamentos como desatenção, agitação ou desinteresse são interpretados erroneamente por educadores e até mesmo por familiares. Por isso, especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce e do suporte educacional adequado. Muitas crianças com altas habilidades passam despercebidas durante a vida escolar e, sem o devido acompanhamento, podem sofrer com isolamento, ansiedade ou desmotivação.

Esse quadro pode ser revertido com ações simples, como a adaptação do currículo, o incentivo à autonomia e a promoção de desafios compatíveis com o nível cognitivo da criança. Dessa forma, a história de Thomas serve como um alerta e, ao mesmo tempo, como inspiração.

Ela mostra que o reconhecimento das altas habilidades vai além do orgulho familiar; trata-se de uma questão educacional e social. Ao perceber sinais de superdotação, é necessário que pais, professores e instituições estejam preparados para agir com sensibilidade e responsabilidade.

É comum que comportamentos tidos como problemáticos sejam, na verdade, manifestações de uma mente que já compreendeu o conteúdo oferecido e busca novos estímulos. Assim, a compreensão e o acolhimento dessas crianças são fundamentais para garantir que desenvolvam plenamente seus talentos e contribuam de forma positiva com a sociedade.

(OBemdito com informações CGN)

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