Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

Cientistas detectam sinais químicos que podem indicar vida em planeta fora do Sistema Solar

A descoberta, feita com o Telescópio Espacial James Webb, da Nasa, é considerada a mais promissora até agora no campo da astrobiologia

Ilustração: NASA, CSA, ESA, J. Olmsted (STScI), Ciência: N. Madhusudhan (Cambridge University)
Cientistas detectam sinais químicos que podem indicar vida em planeta fora do Sistema Solar
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 17 de abril de 2025 às 11h20 - Modificado em 17 de abril de 2025 às 11h20

Cientistas da Universidade de Cambridge estão animados com novas pistas que podem indicar a existência de vida fora da Terra. A pesquisa, publicada na revista científica The Astrophysical Journal Letters, analisou a atmosfera do exoplaneta K2-18b e identificou a presença de dois gases — o dimetil sulfeto (DMS) e o dissulfeto de dimetila (DMDS).

Aqui na Terra, essas substâncias são produzidas exclusivamente por organismos vivos, principalmente por fitoplâncton marinho, o que levanta a possibilidade de vida microbiana no planeta distante. A descoberta foi feita com ajuda do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da Nasa, e está sendo considerada a mais promissora até agora no campo da astrobiologia.

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Sinais de vida em outro mundo

A detecção desses compostos é, segundo os cientistas de Cambridge, o indício mais promissor até agora de possível vida fora da Terra. Eles afirmam que esses são os primeiros sinais de que um planeta alienígena pode estar habitado.

Mas, apesar da empolgação, os próprios pesquisadores fazem questão de manter os pés no chão. Eles explicam que, embora o DMS e o DMDS sejam, aqui na Terra, bioassinaturas — ou seja, indicadores de processos biológicos — isso não significa que haja vida confirmada no K2-18b. Ainda será necessário continuar observando o planeta com instrumentos ainda mais precisos.

O que já se sabe sobre o K2-18b

O K2-18b fica a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão. Ele é aproximadamente 8,6 vezes mais massivo que o nosso planeta e tem um diâmetro 2,6 vezes maior. Não é exatamente um primo da Terra, mas está dentro do que os cientistas chamam de zona habitável — aquela faixa ao redor de uma estrela onde as condições podem permitir a existência de água líquida.

Em 2023, o telescópio James Webb já havia detectado por lá moléculas contendo carbono, como metano e dióxido de carbono. Esses dados reforçaram hipóteses anteriores de que o K2-18b pode ser um exoplaneta do tipo Hycean — categoria teórica que se refere a planetas com atmosfera rica em hidrogênio e oceano cobrindo toda a superfície.

Planeta diferente, mas com potencial

Claro que isso não quer dizer que o K2-18b seja um novo lar para a humanidade ou que existam aliens passeando por lá. O que os cientistas acreditam é que, embora o interior do planeta provavelmente contenha um manto de gelo de alta pressão, semelhante ao de Netuno, ele pode ter uma atmosfera mais fina com hidrogênio e uma superfície oceânica, o que já seria um grande avanço na busca por ambientes habitáveis.

Os cientistas envolvidos na pesquisa explicam que o grande objetivo é identificar vida em um exoplaneta habitável. Se isso acontecer, mudaria profundamente a forma como a humanidade se vê no universo.

Para eles, as descobertas mais recentes ressaltam a importância de expandir os horizontes na procura por ambientes habitáveis e reforçam a necessidade de considerar diferentes tipos de planetas — não apenas os que se parecem com a Terra.

O próximo passo

O estudo ainda está longe de trazer uma confirmação definitiva, mas abre caminho para novas observações com o telescópio James Webb e outros instrumentos no futuro. Por enquanto, a possibilidade de vida fora da Terra continua sendo um grande mistério — mas, segundo os pesquisadores, estamos mais perto do que nunca de encontrar uma resposta.

(OBemdito com informações The Astrophysical Journal Letters)

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