
Profissional de Umuarama se destaca na SAF do Cianorte e relembra experiência em Copa do Mundo
Guilherme Parro, de 33 anos, leva experiência internacional ao Cianorte na disputa da Série D


O gol marcado no último sábado (19) logo no início do segundo tempo e anotado de cabeça pelo atacante Caíque Cálito, do Cianorte Futebol Clube, na estreia da Série D do Campeonato Brasileiro, demostra o bom trabalho que a equipe, que é uma SAF – um modelo especial de constituição de empresas voltada para o futebol no Brasil e que no caso é gerido por um grupo sul–coreano – tem feito por seus profissionais.
O que poucos sabem é que entre esses profissionais de destaque, temos o orgulho de ter um umuaramense. Guilherme Parro, de 33 anos, atua como assessor de imprensa,
social media e apresentador no Cianorte Futebol Clube SAF desde 2024. Porém, o trabalho do umuaramense vai além das redes sociais e de comunicação do Leão do Vale.
O bacharel em Educação Física e Pós em Futsal e Futebol, tem Licença C pela CBF Academy e curso de liderança pelo Real Madrid, além de ser tradutor de inglês, francês e espanhol. O profissional também passou pela Associação de Futsal de Umuarama (AFSU) como supervisor do Umuarama Futsal Feminino em 2022 e 2023.
Esporte no sangue da família
Parro foi influenciado pelo DNA esportivo da família: “Meus pais foram atletas, minha mãe jogou basquete e meu pai handebol em uma época em que os Jogos Abertos e da Juventude tinham relevância bem significativa para o esporte. Enfim, está no sangue da família, meu tio Edgel Parro, por exemplo, jogou voleibol profissional paulista pelo Osvaldo Cruz e Presidente Prudente”.
Copa de 1998
Uma mãozinha do destino uniu o incentivo esportivo familiar ao mistério de ser professor e amante da geografia. “A Copa da França de 1998 foi o primeiro evento esportivo que me marcou. Foi ali que abri meus olhos, eu já gostava de geografia, nossa, foi sensacional com a presença de países diferentes como a Tunísia”
Na época existia somente o atlas, e seu pai mostrava os locais onde ficavam os países participantes. E, memória é algo que não trai Parro, aliás, prova o amor pelo esporte: “A Tunísia ficava no grupo G junto com Inglaterra, Colômbia e Romênia”, lembrou como se fosse hoje, durante entrevista ao OBemdito,
E disse mais: “Não tinha dessa de ser criança, meu pai me acordava de madrugada para ver as disputas da Olimpíada em 2000, na Austrália. Lembro que foi lá a última grande participação do basquetebol feminino brasileiro”.
Uma das maiores experiências, para o resto da vida
Parro foi Team Liaison Officer (TLO) na Federação Internacional de Futebol (FIFA) – que é um profissional que atua como ponto de contato principal entre a equipe de um país participante, a FIFA e o Comitê Organizador Local (LOC) de um torneio, como a Copa do Mundo, que no caso foi a Sub-17, em 2019, no Brasil.
A cargo do umuaramense ficou praticamente administrar, cuidar e resolver qualquer problema da Seleção do Haiti a partir de um convite estruturado em sua capacidade de falar vários idiomas.
“Por questão ética não vou colocar aqui números financeiros, mas eventos como a Copa do Mundo são geridos em cima de muitos gastos que estão distantes do que realmente vemos no que é investido no esporte profissional em geral. Claro, é um evento mundial, requer suprir hábitos, segurança, porém, o abismo é grande”, revela.
Relação de amor
A Seleção do Haiti dividiu o mesmo hotel com a Seleção da França. “Enquanto alguns jogadores europeus eram da base do Lyon e PSG, por exemplo, a do Haiti não tinham nem andado de escada rolante. Então, foi prazeroso atuar junto com esses garotos, ajudando, dando esperança para eles de que o esporte é um caminho para um futuro melhor visto a situação de seu país”.
Haiti
A situação do Haiti é marcada por uma grave crise humanitária, política e social que se intensificou nos últimos anos. O país, considerado o mais pobre das Américas, enfrenta uma combinação de instabilidade política crônica, colapso das instituições estatais, violência extrema e insegurança alimentar.
A ausência de um governo funcional desde a morte do presidente Jovenel Moïse, assassinado em 2021, agravou o cenário. Desde então, o país tem sido controlado, em muitas áreas, por gangues armadas que impõem o terror à população, bloqueiam o acesso a serviços básicos e desafiam o controle das forças de segurança.
Próximo desafio do filho da Capital da Amizade
Parro trabalha atualmente pelo sonho de ver o Cianorte Futebol Clube SAF conquistar a Série D do Campeonato Brasileiro. Representa mais do que uma simples ambição esportiva; é a materialização do desejo de uma cidade que respira futebol e busca seu espaço no cenário nacional.
“O clube, que já participou da Série D em outras ocasiões, busca agora superar suas melhores campanhas anteriores e alcançar o tão sonhado acesso à Série C. Com uma equipe comprometida e o apoio fervoroso da torcida, o Cianorte Futebol Clube SAF trabalha para transformar esse sonho em realidade, consolidando-se como uma força emergente no futebol brasileiro”, conclui o umuaramense.

Guilherme Parro, de 33 anos, atua como assessor de imprensa, social media e apresentador no Cianorte Futebol Clube SAF desde 2024