
Empresário que realizou sorteio de carro polêmico é detido pela PF
Embora o alvo principal da ação fosse uma rede de tráfico, o empresário acabou detido por porte ilegal de arma de fogo


Tudo começou em dezembro de 2024, quando a Quadri Contabilidade, localizada no litoral de São Paulo, realizou um sorteio entre seus funcionários. O prêmio era um Jeep Compass, avaliado em mais de R$ 100 mil. A sortuda foi Larissa Amaral da Silva, de 25 anos.
Na ocasião, o sorteio foi anunciado como uma forma de premiar os colaboradores e promover a empresa nas redes sociais. Larissa recebeu o veículo, mas logo percebeu que havia problemas mecânicos e, segundo ela, precisou gastar cerca de R$ 10 mil em manutenção, documentação, licenciamento e transferência do carro. Depois de relatar as dificuldades à empresa, a situação piorou.
Demissão após reclamação
Larissa afirma que, após as reclamações sobre o estado do veículo, foi demitida. A empresa então recolheu o carro, alegando que ela havia descumprido as regras do sorteio. Segundo o regulamento divulgado pela Quadri Contabilidade, o colaborador sorteado precisava manter vínculo empregatício por pelo menos 12 meses, atingir metas trimestrais e não alugar o veículo para terceiros.
De acordo com Larissa, essas regras não foram devidamente esclarecidas no momento da entrega do carro, e ela decidiu tornar o caso público por meio das redes sociais, denunciando o que considera uma injustiça.
Em nota de esclarecimento, a Quadri Contabilidade declarou que Larissa concordou com os termos do sorteio e que sua demissão foi motivada por questões éticas e comportamentais. A empresa também justificou a retomada do prêmio com base no descumprimento do regulamento previamente acordado.
Operação da PF culmina em prisão de empresário
Enquanto a polêmica com Larissa ainda estava sendo discutida online, o nome de Rodrigo Morgado, dono da Quadri Contabilidade e influenciador digital, voltou a ganhar destaque — desta vez por um motivo bem mais sério. Nesta terça-feira (29), Morgado foi preso durante uma operação da Polícia Federal em Santos, no litoral paulista.
A operação da PF mirava uma organização criminosa suspeita de envolvimento com tráfico internacional de drogas, utilizando veleiros e outras embarcações privadas. Embora o alvo principal da ação fosse essa rede de tráfico, Morgado acabou detido por porte ilegal de arma de fogo.
Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em um imóvel ligado a ele, os agentes encontraram uma arma sem registro, o que levou à sua prisão em flagrante. A prisão de Morgado, no entanto, não tem relação direta com o episódio do sorteio ou com a denúncia feita por Larissa.
Carros de luxo apreendidos
Além da prisão, a operação da PF resultou na apreensão de bens de alto valor. Uma Ferrari avaliada em R$ 4,5 milhões foi localizada em outro endereço de Rodrigo Morgado, na cidade de Bertioga, também no litoral paulista. Já em Taubaté, no interior do estado, um Lamborghini foi encontrado e apreendido.
A operação segue em andamento, e a PF continua investigando a conexão de Morgado com a organização criminosa.