Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Onça que matou caseiro segue em recuperação e não deve retornar ao habitat original

Exames detectaram alterações nos rins e no fígado, além de um leve quadro de anemia e sinais de gastroenterite

Resgatado debilitado após o ataque, o animal — um macho adulto da espécie — chegou ao local na última quinta-feira (24) com apenas 94 quilos (Foto Saul Schramm/Secom)
Onça que matou caseiro segue em recuperação e não deve retornar ao habitat original
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 30 de abril de 2025 às 12h43 - Modificado em 30 de abril de 2025 às 12h44

A onça-pintada responsável pela morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, continua em recuperação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande (MS).

Resgatado debilitado após o ataque, o animal — um macho adulto da espécie — chegou ao local na última quinta-feira (24) com apenas 94 quilos, peso considerado muito abaixo do ideal, que é de aproximadamente 120 quilos para indivíduos da mesma categoria.

Desde então, o felino vem recebendo cuidados intensivos, com uma dieta proteica rigorosa composta por sete quilos diários de carne, incluindo cortes de peixe, frango e boi.

De acordo com os veterinários, a onça tem se alimentado bem, mas exames detectaram alterações nos rins e no fígado, além de um leve quadro de anemia e sinais de gastroenterite.

Apesar da gravidade dos sintomas, os especialistas afirmam que não há indícios de falência de órgãos, mas o animal continuará sendo monitorado de perto.

Durante o tratamento, a onça chegou a apresentar comportamento agressivo. No quarto dia de internação, reagiu de forma hostil à presença humana e tentou um novo ataque, o que reforça a necessidade de cuidados redobrados durante o manejo.

Por questões de segurança, o felino não deverá retornar à região onde ocorreu o ataque fatal.

A decisão sobre seu destino está sendo avaliada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em conjunto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

A onça poderá ser transferida para outro local, de forma provisória ou definitiva, a depender da evolução de seu estado clínico e comportamental.

O caso reacende o debate sobre a convivência entre humanos e grandes predadores em áreas de transição entre mata e ocupação rural.

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