
Escritor umuaramense Augusto Silva Leber comemora sua décima obra publicada
Destacando-se como poeta, letrista, prosador e roteirista de histórias em quadrinhos, ele é pioneiro no cenário das letras na região


Não é exagero dizermos que Umuarama ainda trilha os primeiros passos no mundo das letras, onde Augusto Silva é considerado um veterano. Mas este cenário vem ganhando, ano a ano, novos contornos, com talentos mostrando que, sim, sabemos fazer literatura.
No prefácio desta história temos Augusto da Silva Leber, 54 anos, que emerge como uma figura sensível e admirável, dono de um sorrisão autêntico. Professor aposentado, ele não apenas ensinou gerações de jovens em salas de aula, mas também se projetou como o escritor de Umuarama que mais obras publicadas têm.
Há poucos dias lançou a décima, o almanaque ‘Umuarama rock city‘ [com parceria do desenhista João Olivera], produzida com verba da Lei Paulo Gustavo. Além disso, tem livros de poesia e prosa, entre os demais que compõem seu portfólio.
“Mas não escrevo para publicar; escrevo para tirar sentimentos de dentro de mim e para compartilhar experiências pessoais, emoções e reflexões sobre o mundo”, avisa.

Augusto Silva encontra concentração em casa
Ambiente proativo para isso não falta. Augusto Silva mora num sítio, pertinho da cidade de Umuarama, onde se concentra para transformar suas abstrações em palavras. Além da esposa, tem a companhia de gatos adotados. “Tenho cinco e mais uns cinco da vizinhança que aparecem aqui em casa todos os dias para comer”, conta, com ar de satisfação.
Em seu tempo livre também gosta de cuidar das plantas. “Eu planto, eu rego, eu me empenho para manter esse verde todo ao meu redor”, orgulha-se, apontando as mais viçosas. “Esse sítio não é apenas meu lar, mas também minha fonte de inspiração”, revela o escritor, cuja paixão pela literatura transcende as fronteiras de Umuarama.

Londrina, onde tudo começou
Nascido e criado em Umuarama, Augusto é formado em Letras pela Unipar [turma de 1992]. Mas não foi aqui que ingressou no cenário literário; foi em Londrina, onde morou por dez anos [de 2004 a 2014].
Lá, nas folgas do magistério [era professor de um dos maiores colégios públicos], encontrou parcerias importantes para dar vazão à sua paixão pela escrita.
E publicou o livro de poesia ‘Selvageria’ [1996], ‘Os cinco tiros de canhão do abilolado capitão’ [literatura infanto-juvenil], ’12 Antologia de poetas londrinenses’ [2000], ‘Me pergunta se eu mudei’ [poemas/2003] e ‘O passo dos foragidos’ [contos/2014].
“Londrina foi uma fase bem produtiva! A cena cultural daquela cidade colaborou para eu aprimorar minhas habilidades na escrita como poeta, letrista e prosador”, enfatiza Augusto, que é fã de Arthur Rimbaud, Augusto de Campos e Paulo Leminski.

Selo, estúdio, oficinas e palestras
De volta a Umuarama, Augusto continuou imerso nessa missão. Entre as iniciativas mais relevantes está a criação do selo ‘Independente Capivara Comics’ e o Estúdio Sequencial; estes, os alicerces de sua produção autoral em Umuarama.
Aqui publicou ‘Canções que não chegaram a tempo’ [poemas/2015], ‘Sossego’ [revista de histórias em quadrinhos com João Olivera/2018), e ‘O lado do horizonte que eu mais gosto’ [poemas/2020]. Bem como, as participações em duas edições da antologia ‘Um dedo de prosa’ [2020/2024] também fazem parte de seu currículo.
“Minha intenção não é só compartilhar histórias, mas fazer o leitor pensar; é provocar impacto emocional e intelectual”, resume o escritor, que nas páginas de seus livros convida o leitor para explorar mundos fantásticos e acompanhar personagens que ecoam as complexidades da existência.
“Acima de tudo, eu me esforço para contribuir para o enriquecimento cultural de Umuarama”, assegura o escritor, que também ministra oficinas e palestras sobre a arte da escrita em diálogos com a Literatura Universal, voltadas a incentivar a produção literária e a formação de novos leitores.
É possível acompanhar o Facebook de Augusto Silva aqui e o Instagram aqui.




