
Secretaria de Habitação estuda medidas emergenciais após invasão de casas em loteamento
Cada caso está sendo avaliado pela Administração Municipal


A Secretaria de Habitação de Umuarama está estudando medidas emergenciais após uma situação de invasão de residências recém-construídas no Jardim Pimentel. Famílias não contempladas no sorteio realizado na última quarta-feira (30) foram responsáveis pelas ocupações.
O secretário municipal de Habitação, Nelson Bigeschi Junior, conversou com OBemdito na manhã deste sábado (3). Ele informou que o caso está sendo acompanhado de perto pela Administração Municipal e que a situação é reflexo de uma demanda represada há anos.
“Desde 2016, quando foi construído o Sonho Meu, nenhuma casa popular foi entregue em Umuarama. Hoje temos mais de 400 famílias em situação de vulnerabilidade social precisando de moradia, e infelizmente não conseguiremos resolver isso em apenas quatro meses. Temos que começar um projeto do zero”, afirmou o secretário.
Bigeschi visitou o local das invasões entre sexta-feira (2) à noite e a manhã deste sábado. Ele relatou que, por ora, novas ocupações não foram registradas. Um dos casos mais emblemáticos é o de Milena Alessandra Lima Rosa dos Santos, de 27 anos, mãe de duas crianças — uma delas com deficiência. Ela foi uma das mulheres que decidiu invadir uma casa após ser sorteada como suplente no processo de distribuição das 36 unidades habitacionais.
Drama vivido por mãe de dois meninos
Sem luz, sem água, com aluguel atrasado e vivendo com ajuda da família, Milena afirmou em entrevista a OBemdito ter chegado ao limite. “Ninguém aqui do bairro ganhou uma casinha. Achei injusto. Eles tinham que olhar para a gente aqui do bairro, que tem criança, mora sozinha e não tem condições”, disse à reportagem. A entrevista pode ser conferida aqui.

A ação dela aconteceu na noite de quarta e contou com a participação de outras três mães. No entanto, todas foram retiradas dos imóveis ocupados na manhã seguinte [quinta-feira, 1º/5], em uma operação que envolveu a Polícia Militar e a Guarda Municipal.
A Prefeitura estuda medidas emergenciais para atender os casos mais críticos. Com relação a Milena, o secretário de Habitação informou que já houve reunião e que uma das alternativas em análise é o pagamento de aluguel social. “Cada caso está sendo avaliado”, destacou.
Sorteio realizado pela Secretaria de Habitação
O sorteio para distribuição das casas do Jardim Pimentel ocorreu na última quarta-feira (30), no Centro Cultural Vera Schubert. Mais de 500 pessoas foram pré-selecionadas, mas o número de imóveis disponíveis era extremamente limitado: apenas 36 moradias. Inicialmente, as unidades seriam destinadas a moradores da avenida Umuarama, que vivem em situação irregular. Porém, as casas acabaram sendo repassadas à Secretaria de Habitação para sorteio.
Enquanto aguarda uma resposta do poder público, Milena conta com o apoio da mãe, que reside nas proximidades do novo loteamento. Sem poder trabalhar, já que cuida integralmente dos filhos, ela resume seu drama em uma frase: “Se meu filho tivesse saúde para eu trabalhar, ia me mantendo, mas não tem como.”