Jaqueline Mocellin Publisher do OBemdito

Dois casos autóctones de febre Oropouche são confirmados no Paraná

A febre Oropouche é transmitida principalmente pelo mosquito-pólvora ou maruim

Foto: Conselho Federal de Farmácia/Divulgação
Dois casos autóctones de febre Oropouche são confirmados no Paraná
Jaqueline Mocellin - OBemdito
Publicado em 6 de maio de 2025 às 21h45 - Modificado em 6 de maio de 2025 às 21h48

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) confirmou dois casos autóctones de febre Oropouche nesta terça-feira (6). Os registros aconteceram no município de Adrianópolis, pertencente à 2ª Regional de Saúde (Metropolitana).

A confirmação foi realizada pelo Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR), por meio do teste RT-PCR para arbovírus. Os pacientes, uma mulher de 29 anos e um adolescente de 14 anos, ambos sem comorbidades, estão bem e seguem em acompanhamento médico.

Casos autóctones são aqueles em que a infecção ocorre localmente, sem histórico de deslocamento para áreas com transmissão conhecida da doença.

O monitoramento e diagnóstico da arbovirose é feito pelo Lacen-PR – o primeiro laboratório do País a implantar a testagem das febres do Mayaro e do Oropouche na testagem de rotina.

Atualmente, as amostras são processadas diariamente, permitindo a testagem simultânea de até 96 pacientes para nove tipos de vírus: dengue (tipos 1 a 4), chikungunya, zika, febre amarela, Mayaro e Oropouche. Essa metodologia garante diagnósticos mais ágeis e precisos, além de contribuir para ações rápidas de controle e bloqueio quando necessário.

Desde 2023, as análises para os vírus Mayaro e Oropouche também acontecem de forma sistemática em amostras coletadas nas 65 Unidades Sentinelas de dengue, estrategicamente distribuídas em todo o Estado. Essa estratégia, articulada entre Estado e municípios, tem reforçado a capacidade de detecção e resposta frente a novos casos.

“O Paraná tem investido de forma constante na modernização da vigilância laboratorial e no fortalecimento da rede de atenção à saúde. A confirmação de casos autóctones nos mostra a importância da vigilância contínua, da testagem em tempo real e do trabalho integrado entre Estado e municípios. Seguimos atentos e preparados para agir com rapidez sempre que necessário”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Confirmados Dois Casos Autóctones De Febre Oropouche No Paraná (1)
Fotos: Lacen

Febre Oropouche

O vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) é o causador da febre Oropouche. O inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é o principal transmissor. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vetor pode transmitir o vírus a outras pessoas.

Os sintomas da febre Oropouche são semelhantes aos de outras arboviroses, como dengue e chikungunya. Entre os principais sinais estão: febre de início súbito, dor de cabeça, dores musculares e articulares, tontura, náuseas, vômitos, dor retro-ocular, calafrios e sensibilidade à luz. Em casos mais raros, especialmente em pessoas imunocomprometidas, podem ocorrer complicações como meningite asséptica e meningoencefalite, além de manifestações hemorrágicas leves.

Alguns pacientes podem apresentar recidiva dos sintomas entre uma e duas semanas após a melhora inicial. A duração dos sintomas varia de dois a sete dias, com evolução geralmente benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves.

Atualmente, não há tratamento específico nem vacina para a febre Oropouche. O cuidado é sintomático, com repouso e acompanhamento médico.

Confirmados Dois Casos Autóctones De Febre Oropouche No Paraná (2)

Cuidados

Como ainda não existe vacina ou tratamento específico para a febre Oropouche, a prevenção continua sendo a principal forma de proteção. A Sesa alerta que gestantes devem adotar cuidados adicionais, especialmente em áreas com registros da doença.

Entre as recomendações estão a limpeza regular de quintais e terrenos que acumulem folhas, cascas de frutas ou outros materiais orgânicos, a fim de evitar a proliferação dos vetores. Além disso, é importante utilizar telas de malha fina em portas e janelas, impedindo a entrada de mosquitos e prevenindo também outras arboviroses.

O uso de roupas compridas, que cubram braços e pernas, é uma medida simples, porém eficaz, especialmente em regiões com casos confirmados de febre Oropouche na residência ou nas proximidades. Outra estratégia importante é o uso de mosquiteiros de malha fina, como filó ou voil branco, principalmente durante o repouso, para garantir maior proteção contra os insetos.

(Informações: AEN)

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