Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

PM demitido por abandono de posto é investigado por furto de orquídea

Na ocasião Coutinho trabalhava na manutenção do jardim do quartel

Foto: Reprodução/Redes Sociais
PM demitido por abandono de posto é investigado por furto de orquídea
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 15 de maio de 2025 às 17h44 - Modificado em 15 de maio de 2025 às 17h44

O soldado da Polícia Militar Paulo Rogério da Costa Coutinho, conhecido nas redes sociais como “Demolidor”, teve sua expulsão oficializada nesta quarta-feira (14). Antes de ser demitido, o PM já era investigado por um episódio ocorrido em 2022: o suposto furto de uma orquídea do jardim do 9º Batalhão da Polícia Militar, no Tucuruvi, zona norte de São Paulo.

Na ocasião, Coutinho trabalhava na manutenção do jardim do quartel quando, segundo a acusação, retirou a planta e a levou até o refeitório da unidade, onde teria escondido a flor atrás de um extintor de incêndio. A movimentação do soldado teria sido registrada por câmeras de segurança.

Apesar das imagens, o policial nega que tenha cometido furto. Ele afirma que a retirada da orquídea fazia parte de um projeto de replantio. “Retirei a orquídea para separar uma muda e plantá-la em outro ponto do batalhão”, explicou. “O vídeo mostra mesmo que estou com a planta na mão, porque não tinha nada para esconder. Passei perto de oficiais, tenentes, com a planta na mão.”

Coutinho disse que chegou a ser questionado por um coronel sobre a flor, mas optou por não entrar em detalhes sobre o projeto com medo de sofrer represálias. “Não imaginava que iam fazer isso, abrir um processo”, comentou.

Ele acredita que toda a situação é resultado de perseguição. “Isso aí é pura perseguição e preconceito por causa das minhas tatuagens, como sempre sofri”, afirmou. “Não tem uma imagem de que encontraram essa flor atrás do extintor. Essa planta não foi encontrada neste local.”

Ainda no mesmo dia do episódio da orquídea, o soldado foi transferido de batalhão.

Abandono de posto durante o Carnaval

A demissão de Coutinho, no entanto, foi oficializada por outro motivo. Também em 2022, durante a Operação Carnaval, ele teria abandonado seu posto de serviço por cerca de uma hora e 40 minutos para permanecer em um camarote no Sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo.

Segundo a Corregedoria da Polícia Militar, o soldado deveria estar realizando o policiamento preventivo em um dos portões do evento, mas foi flagrado dentro do espaço reservado, onde tirou fotos com convidados. A presença dele no camarote não foi justificada por nenhuma ocorrência ou solicitação policial, de acordo com a decisão.

Outro policial militar que também estava no local foi investigado pelo mesmo motivo, mas recebeu apenas uma punição disciplinar. A diferença no tratamento causou indignação à defesa de Coutinho.

“A mesma conduta foi apurada em relação ao outro PM, mas ele não foi demitido. Isso nos faz pensar que a decisão teve motivação política e questões de bastidores”, disse a defesa.

A demissão de Coutinho foi publicada oficialmente nesta quarta-feira (14), encerrando sua trajetória na corporação, marcada por acusações e a constante alegação de perseguição.

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