Jaqueline Mocellin Publisher do OBemdito

Maior produtor e exportador de carne de frango, Paraná discute medidas de defesa sanitária

Um encontro na manhã deste sábado debateu a defesa da avicultura do Paraná. O ministro da Agricultura e Pecuária participou

Foto ilustrativa: Gilson Abreu/AEN
Maior produtor e exportador de carne de frango, Paraná discute medidas de defesa sanitária
Jaqueline Mocellin - OBemdito
Publicado em 17 de maio de 2025 às 14h18 - Modificado em 17 de maio de 2025 às 18h16

O Governo do Paraná está tomando medidas de defesa sanitária para garantir que as exportações de carne de frango não sejam demasiadamente prejudicadas. O registro de gripe aviária em uma granja no Rio Grande do Sul fez com que, até o momento, China, União Europeia e Argentina suspendessem a compra do produto brasileiro.

A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) reuniu técnicos e lideranças do setor agropecuário na manhã deste sábado (17). O objetivo do encontro foi discutir a defesa da avicultura do Paraná, estado que lidera a produção e exportação de frango.

A medida é importante diante da ameaça da gripe aviária, que atingiu a granja gaúcha. O secretário Marcio Nunes convocou a reunião, que contou com participação online do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Suspensão das importações

Alguns mercados, entre eles o da China, que é um importante comprador da carne de frango, decretaram suspensão de 60 dias em importações do Brasil. No entanto o ministro acredita na redução do tempo através de conversas diplomáticas e comerciais . Ou, há possibilidade de que a restrição se limite à área próxima ao foco. Segundo ele, ocorreu o isolamento da região de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e está sendo procedida a rastreabilidade dos pintainhos que de lá saíram. 

“Temos espaço para negociar, o foco é de aproximadamente 28 dias. Se conseguirmos eliminar o foco e rastrear os animais, acreditamos que com transparência e eficiência, normalizaremos o fluxo antes dos 60 dias”, disse Fávaro.

A transparência total na comunicação e o cuidado que cada um dos proprietários de granja do Estado precisa ter para evitar a entrada do vírus foram os principais tópicos da conversa. “A transparência, a eficiência e fazer o que ditam os protocolos são ações importantes para superarmos rapidamente essa questão para retomar a normalidade de vendas”, afirmou o ministro. 

Reforço nas medidas de segurança

O Paraná é um dos estados mais interessados na normalização do comércio, visto ser responsável por quase 35% da produção e cerca de 42% da exportação de carne de frango. “Neste momento é importante que todos assumam suas responsabilidades para sermos bastante efetivos”, afirmou o secretário Marcio Nunes.

Ele salientou a necessidade de os proprietários das cerca de 20 mil granjas do Estado continuarem e reforçarem as medidas de segurança nas propriedades. Entre elas a verificação das telas mantendo o local das aves fisicamente perfeito. O objetivo é que não haja nenhuma fresta que possibilite a entrada de qualquer outro animal. 

Também é importante restringir a entrada apenas às pessoas absolutamente necessárias. Além disso, é preciso tomar todas as medidas de desinfecção dos solados de sapatos, das roupas e dos veículos.  

Igualmente é necessário para garantir a sanidade das aves do Estado o comunicado à Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapar). É necessário reportar qualquer alteração nos hábitos dos animais, como mortalidade fora do padrão ou sintomas de gripe aviária. A rapidez da notificação contribui para agilizar o atendimento e a proteção das aves.

Os sintomas podem ser os mesmos de uma gripe comum: dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora, diarreia ou a alta mortalidade. “O Estado não tem nenhum caso suspeito ou em investigação, mas precisamos estar sempre alertas”, disse o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins.

Vigilância sanitária das granjas de frango

A Adapar tem trabalhado de forma ativa na vigilância sanitária para evitar a entrada do vírus no Estado. Atualmente são feitas análises por amostragem em mais de 300 propriedades. Além disso, se há qualquer informe de suspeita, o atendimento é feito em menos de 12 horas. Os técnicos também atuam na vigilância de aves migratórias no litoral do Estado. Bem como, na disseminação de informações sobre os cuidados que os proprietários precisam ter.

O presidente da Adapar acentuou novamente que os apreciadores de frango podem continuar a consumir normalmente a carne. Eventual transmissão somente acontece com contato próximo e continuado com aves vivas infectadas, como em uma gripe normal, e não ao ingerir o alimento. 

A reunião deste sábado também teve a presença do secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, e de representantes do Ministério da Agricultura, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Sistema Ocepar, Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), e de empresas produtoras de frango.

(Informações: AEN)

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