
Propriedade rural de Xambrê é referência em produção de produtos orgânicos
Uma alimentação mais saudável foi o que motivou o casal Elza e Devanir Favoreto, de Xambrê, a deixar a cidade […]


Uma alimentação mais saudável foi o que motivou o casal Elza e Devanir Favoreto, de Xambrê, a deixar a cidade e optar pela vida no campo. Ambos já vivam na zona rural, mas tinham ocupações na área urbana, até que uma visita ao médico há seis anos mudou a vida deles.
“O médico disse que a gente precisava melhorar a alimentação, consumir produtos mais saudáveis. E então nós mesmos fomos atrás dor orgânicos e mudou totalmente [a saúde]”, conta Devanir, ou ‘Nico’, como é chamado.
Com apoio da Emater e da Universidade Estadual Maringá (UEM) estão plantados em um alqueire diversas hortaliças e leguminosas.
A formação orgânica exigiu cursos e dedicação do casal, que hoje conta com ajuda de uma funcionária contratada e outros dois que trabalham conforme a demanda.
O esforço valeu à pena e na última semana a propriedade recebeu a certificação de cultura orgânica pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

O selo garante ao consumidor que, durante todas as etapas de produção e processamento do produto certificado, não foram utilizados agrotóxicos ou qualquer insumo químico sintético, nem foram identificadas práticas que comprometam a saúde humana, animal, das plantas e do solo, ou seja, uma produção limpa e fez da propriedade do casal referência neste tipo de cultivo para toda região.
“O cultivo é totalmente diferente. Eu fiz muito cursos e agora só trabalhamos na terra mesmo”, explica Nico. “A relação com a natureza é totalmente diferente, a forma de cultivo faz com que a gente respeite a terra”.
É feito um rodízio dos canteiros e as culturas são produzidas conforme a época do ano. As folhosas são as mais vendidas e os produtos de Xambrê são entregues em Casa Branca, Pérola e Umuarama.
Tendência
As entregas fora do município vão ao encontro do aumento do consumo de orgânicos no País. De acordo com a Associação de Promoção dos Orgânicos o mercado continua crescendo em 2021, em menor ritmo que no ano anterior (muito em função da pandemia).
O levantamento confirma a adaptação dos orgânicos ao cenário atual e a persistência do consumidor na escolha dos produtos saudáveis, provando que o crescimento de 30% em 2020 não foi apenas um movimento fora da curva, mas a demonstração de uma tendência.

A expectativa de crescimento permanece alta: 77% esperam crescer. Deste total, 42% projetam um aumento entre 20% e 30% no volume de vendas, enquanto 8% esperam ultrapassar essa marca.
Os dados mostram que os orgânicos ainda têm muito espaço para se movimentar. A demanda continua alta, o que abre oportunidades de negócios. “A gente vê que o mercado ganha corpo ano a ano, com aumento de produção e entrada de novos players neste movimento orgânico. A diversidade de itens é cada vez maior e a distribuição vem ganhando capilaridade”, argumenta Cobi Cruz, diretor da Organis.
Uma dessas consumidoras é a advogada Lohany Teixeira, de Umuarama. Ela conta que começou a consumir os produtos orgânicos há pouco tempo, mas compra semanalmente da propriedade de Nico.
“Antes eu não comprava tudo orgânico porque eu tinha essa noção de que seria mais caro, porque acaba tendo essa diferenciação no preço no supermercado. Mas no caso do seu Devanir tem muita coisa que sai mais barato”, observa.
Semanalmente a advogada gasta R$ 25 e o cardápio varia de acordo com a disponibilidade do que foi plantado na propriedade de Nico, que realiza entregas semanais. Funciona assim: na quarta-feira ele envia a lista de alimentos disponíveis e na sexta-feira é feita a entrega na casa dos clientes. Para receber as ofertas e fazer pedidos basta entrar em contato por meio do telefone (44) 99713-8880.