
Paraná reforça biossegurança em granjas após caso de gripe aviária no RS
Adapar orienta produtores a intensificar vigilância e restringir acesso às granjas para evitar entrada do vírus H5N1 no Estado


A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) reforçou nesta segunda-feira (19) a necessidade de intensificação das medidas de biossegurança nas granjas avícolas do Estado. O alerta foi feito durante reunião extraordinária do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (Coesa), que reúne representantes de órgãos públicos e entidades privadas ligadas à cadeia da avicultura.
A mobilização ocorre após a confirmação de um caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul. O Paraná, maior produtor de carne de frango do Brasil, não tem registros suspeitos da doença até o momento.
“É fundamental que todos os produtores adotem medidas rígidas de controle, especialmente neste momento em que o vírus se aproxima de áreas produtivas”, afirmou a direção da Adapar durante o encontro. Desde julho de 2023, o Paraná mantém decreto de emergência zoossanitária, renovado a cada 180 dias — a última renovação ocorreu em 25 de janeiro.
Entre as orientações reforçadas aos granjeiros estão a vistoria constante das estruturas físicas para evitar frestas por onde possam entrar aves silvestres, migratórias, roedores ou outros animais, além do controle rigoroso do acesso de pessoas às granjas. O uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), troca e esterilização de roupas e calçados são considerados obrigatórios em qualquer entrada.
Veículos e materiais que entram nas propriedades — como ração e equipamentos — devem passar por processo de desinfecção. Também foi destacada a importância da higiene contínua nos alojamentos e do descarte adequado dos resíduos, evitando contato com outros animais.
A agência estadual ainda orienta a notificação imediata de qualquer alteração no comportamento das aves, como mortalidade anormal, dificuldade respiratória, secreções nasais ou oculares, espirros, incoordenação motora ou diarreia. As denúncias podem ser feitas presencialmente nos escritórios da Adapar ou por meio do site da agência.
No período da tarde, uma nova reunião interna foi realizada entre a diretoria e todas as regionais da Adapar. O encontro teve como foco alinhar as equipes sobre a vigilância ativa em todo o Estado, com especial atenção para o trânsito agropecuário em áreas de divisa com Santa Catarina.
A influenza aviária H5N1, apesar de ainda não ter sido detectada em aves comerciais no Paraná, representa uma ameaça direta à saúde animal e à economia do setor. A última grande mobilização contra o vírus ocorreu em 2023, quando foram detectados casos em aves migratórias no território nacional.