
Morre aos 81 anos o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado
Sebastião Salgado ficou conhecido por retratar injustiças sociais e paisagens remotas em preto e branco


O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris, onde vivia. Segundo relato de um amigo próximo à Folha, Salgado enfrentava complicações decorrentes de uma malária adquirida durante uma expedição à África, nos anos 1990.
Reconhecido mundialmente por suas imagens em preto e branco, Salgado retratou com profundidade temas ligados à condição humana — como refugiados, trabalhadores em situações extremas e populações marginalizadas — além de paisagens naturais isoladas da ação industrial. Sua fotografia é marcada por um compromisso ético e estético com a dignidade dos retratados.
Formado em economia, Salgado começou a fotografar nos anos 1970, durante uma missão à África enquanto trabalhava para a Organização Internacional do Café. Abandonou a carreira de economista para se dedicar integralmente à fotografia, tornando-se um dos principais nomes do fotojornalismo contemporâneo.
Sua trajetória foi tema do documentário O Sal da Terra (2014), dirigido por Wim Wenders e por seu filho Juliano Ribeiro Salgado. A produção apresenta uma imersão nas viagens e nos bastidores de suas obras mais marcantes, além de destacar seu engajamento ambiental e os projetos de recuperação florestal no Instituto Terra, fundado por ele e por sua esposa, Lélia Wanick Salgado.
Legado em exposição
A obra de Salgado segue em exibição no centro cultural Les Franciscaines, na comuna francesa de Deauville, até 1º de junho de 2025. A mostra, realizada em parceria com a Maison Européenne de la Photographie — que mantém mais de 400 obras do artista em seu acervo — reúne uma seleção representativa de seu legado visual e humanitário.