Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

Duplo feminicídio: mulher é assassinada e mãe morre ao tentar impedir crime

Juliana Thais Mateus havia procurado a polícia três dias antes do crime para denunciar o ex-companheiro

Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Duplo feminicídio: mulher é assassinada e mãe morre ao tentar impedir crime
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 23 de maio de 2025 às 18h06 - Modificado em 23 de maio de 2025 às 18h10

Juliana Thais Mateus, de 40 anos, foi assassinada a facadas em Três Coroas, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). O principal suspeito do crime é o ex-companheiro da vítima, que foi preso nesta terça-feira (20) ao dar entrada em um hospital. A identidade dele não foi divulgada pela Polícia Civil.

De acordo com o delegado responsável pela investigação, Rodrigo Caliari, o ataque também deixou ferida a mãe de Juliana, Zilma Damiani Mateus, de 68 anos, que tentou salvar a filha. Ela foi socorrida com ferimentos graves no abdômen e levada a um hospital da região. Apesar dos esforços médicos, Zilma não resistiu e faleceu na noite desta quinta-feira (22).

Vítima tinha denunciado agressor dias antes

Juliana havia procurado a polícia três dias antes do crime para denunciar o ex-companheiro. Conforme o delegado Caliari, a mulher relatou ameaças, tentativas de asfixia e até uma agressão com faca. A denúncia resultou na concessão de uma medida protetiva de urgência, em vigor desde a sexta-feira (16).

Apesar da proteção legal, Juliana foi morta de forma violenta e brutal. A investigação agora apura como o agressor conseguiu se aproximar da vítima mesmo com a medida em vigor.

Estatísticas alarmantes no RS

O caso de Juliana e Zilma se soma a um cenário preocupante no Rio Grande do Sul. Entre os anos de 2022 e 2024, 265 mulheres foram assassinadas no estado. Destas, mais de 200 eram mães, o que resultou em 456 crianças e adolescentes órfãos.

Canais de denúncia e ajuda

Em casos de emergência, a orientação é ligar para o 190, número da Brigada Militar. Quando a violência já ocorreu, a vítima pode procurar a Delegacia da Mulher ou qualquer delegacia de polícia para registrar o boletim de ocorrência e solicitar medidas protetivas.

Também é possível registrar a ocorrência pela internet, por meio da Delegacia Online.

Outros canais de atendimento incluem:

  • Central de Atendimento à Mulher: disponível 24 horas pelo número 180.
  • Defensoria Pública do Paraná: oferece orientações jurídicas e atendimento gratuito pelo número 129

Esses serviços são essenciais para que vítimas de violência doméstica saibam como buscar ajuda e proteção.

Repercussão e próximos passos

O suspeito, preso após procurar atendimento médico, será interrogado e deve responder por feminicídio e homicídio. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e provas para esclarecer todos os detalhes do crime.

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