
Justiça arquiva inquérito sobre suspeita de corrupção eleitoral em São Jorge do Patrocínio
As investigações começaram a partir de denúncias que indicavam a possível compra de votos


Em dezembro de 2024, a Polícia Federal deflagrou uma operação em São Jorge do Patrocínio, que tinha como alvo supostas práticas de corrupção eleitoral relacionadas às eleições municipais daquele ano. A ação policial cumpriu mandados de busca e apreensão contra servidores públicos da prefeitura e também em empresas do município.
As investigações começaram a partir de denúncias que indicavam a possível compra de votos. De acordo com as informações coletadas na época, havia suspeitas de que eleitores estariam sendo beneficiados com dinheiro e materiais de construção em troca de apoio político a determinados candidatos.
As autoridades também investigavam o possível desvio de recursos públicos, com orçamentos supostamente emitidos em nome da administração municipal que, na prática, seriam utilizados para fins particulares.
Avaliação do Ministério Público e decisão da Justiça
Após meses de apuração, o Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), analisou os elementos reunidos no inquérito e concluiu que não havia base suficiente para dar continuidade à ação penal. Em parecer encaminhado à Justiça Eleitoral, o órgão sustentou que não foi possível estabelecer uma justa causa para o processo criminal.
A desembargadora federal Cláudia Cristina Cristofani, relatora do caso no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), acolheu o entendimento do MP. Em decisão datada de 27 de maio de 2025, determinou o arquivamento do inquérito.
“O Ministério Público, destinatário do inquérito e titular da ação penal, concluiu que os elementos informativos não permitem vislumbrar justa causa para a ação”, escreveu a magistrada.
Encerramento do caso e desdobramentos possíveis
Com o arquivamento do inquérito, a Justiça também ordenou a devolução de todos os materiais que haviam sido apreendidos durante a operação, além do levantamento do sigilo processual. No entanto, documentos que envolvem dados obtidos por meio da quebra de sigilo telemático continuarão protegidos.
A decisão marca o encerramento formal das investigações criminais no âmbito da Justiça Eleitoral sobre os fatos apurados em São Jorge do Patrocínio. Ainda assim, a Justiça deixou aberta a possibilidade de que o caso tenha desdobramentos em outras frentes, como ações de natureza cível-eleitoral.