
STF decreta prisão preventiva de Carla Zambelli e aciona Interpol após fuga do país
Deputada federal foi condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do CNJ; Moraes ordena bloqueio de bens e redes sociais


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após a parlamentar anunciar que deixou o Brasil.
A decisão atende a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que considera a viagem uma tentativa de fuga para evitar a aplicação da pena de 10 anos de prisão, imposta pela Corte em maio deste ano.
Zambelli foi condenada por invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão forjado contra o próprio ministro Moraes.
A parlamentar também foi sentenciada à perda do mandato e ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos.
Na decisão, Moraes determinou que a Polícia Federal adote medidas para incluir o nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol, além de bloquear seus passaportes, inclusive o diplomático, salários, verbas parlamentares, contas bancárias, bens móveis e imóveis, investimentos e perfis em redes sociais.
As plataformas que mantiverem os perfis ativos estarão sujeitas a multa diária de R$ 100 mil.
Zambelli anunciou sua saída do país em vídeo publicado na terça-feira (3), alegando motivos de saúde e afirmando que buscaria tratamento médico na Europa.
Ela declarou possuir cidadania europeia e disse que pretende “denunciar a ditadura” que, segundo ela, o Brasil vive.
Apesar de informar que pedirá afastamento do cargo, Zambelli ainda aparece no site da Câmara dos Deputados como parlamentar em exercício. A perda do mandato só será efetivada após deliberação da Casa.
A defesa da deputada apresentou recurso contra a condenação, alegando cerceamento de defesa por não ter tido acesso completo às provas. O STF ainda analisará os embargos de declaração opostos pela defesa.