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Corpo de empresário é achado em buraco de obra no Autódromo de Interlagos

O corpo estava vestido apenas com uma jaqueta, cueca e capacete, conforme informou a Polícia Civil

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Corpo de empresário é achado em buraco de obra no Autódromo de Interlagos
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 4 de junho de 2025 às 16h22 - Modificado em 5 de junho de 2025 às 08h17

Um operário que trabalhava em uma obra nas imediações do Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, encontrou, na manhã desta terça-feira (3), o corpo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, de 35 anos. De acordo com as informações repassadas pela Polícia Civil, ele desapareceu na noite de sexta-feira (30), após participar de um evento de motociclismo no local.

O cadáver estava em um buraco na Avenida Jacinto Júlio, área que integra uma intervenção da Prefeitura de São Paulo destinada à requalificação da pista e à construção de um novo muro no entorno do autódromo.

Ele chegou ao local acompanhado do amigo Rafael Aliste, que afirmou ter passado o dia com Adalberto, desde às 13h, curtindo as atrações, bebendo, assim como, assistindo às corridas. Por volta das 20h, o empresário mandou uma mensagem à esposa, Fernanda Dândalo, dizendo que assistiria a uma corrida de motocross e logo depois iria para casa.

Conforme Rafael, uma hora depois, por volta das 21h, ele e Adalberto se despediram. O amigo foi embora e apresentou à polícia imagens que mostram o momento em que deixou o autódromo e chegou em casa. Segundo a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os relatos são coerentes e batem com os registros analisados até agora.

As câmeras de segurança do evento mostram os dois chegando juntos ao autódromo, mas não registram a saída de Adalberto.

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Sumiço e investigações iniciais

Depois de se despedir do amigo, Adalberto não retornou mais para casa. Ele também não chegou a buscar seu carro, que ficou estacionado no kartódromo, próximo ao autódromo. A polícia apreendeu o veículo para análise. Desde então, sua conta bancária não apresentou qualquer movimentação, e não houve novos contatos. A esposa foi quem comunicou o desaparecimento às autoridades.

Com o sumiço do empresário, como resultado, a Polícia Civil iniciou uma investigação tratando o caso como morte suspeita. A investigação ficou a cargo do 87º Distrito Policial (Vila Pereira Barreto), com apoio do DHPP.

Corpo encontrado em obra da prefeitura

Na manhã desta terça-feira (3), quatro dias após o desaparecimento, um funcionário de uma obra realizada nas proximidades do autódromo encontrou o corpo do empresário. O buraco onde o cadáver estava fica na Avenida Jacinto Júlio e integra uma obra da Prefeitura de São Paulo, voltada para a requalificação da pista e construção de um novo muro no entorno do Autódromo de Interlagos.

De acordo com as informações oficiais, o buraco tem cerca de 2 a 3 metros de profundidade e apenas 40 a 45 centímetros de diâmetro. Além disso, estava cercado por tapumes. Inicialmente, o trabalhador acreditou se tratar de um boneco, pois só conseguia ver o capacete da vítima. Ainda assim, resolveu acionar as autoridades.

Imagens registraram o trabalho de bombeiros no resgate do corpo do empresário, que estava dentro do buraco coberto por terra até cerca de um metro de profundidade. Segundo Ivalda Aleixo, os braços de Adalberto impediram que ele fosse enterrado mais fundo, já que ficaram posicionados para cima.

Condições do corpo

O corpo vestia apenas uma jaqueta, uma cueca e o capacete — corretamente posicionado na cabeça. Entretanto, Adalberto não usava calça nem tênis. Os peritos não identificaram sinais aparentes de violência, como lesões, fraturas ou marcas de sangue. Além disso, também não observaram indícios de que ele tenha tentado sair do local, como marcas de unha ou arranhões nas paredes do buraco.

“Ele estava com bastante terra no rosto e nas mãos. A posição do corpo sugere que foi colocado ali já morto ou desacordado”, afirmou a delegada Ivalda Aleixo.

A perícia apontou que a morte aconteceu entre 36 e 40 horas antes de alguém encontrar o corpo, o que reforça a hipótese de que o empresário não morreu imediatamente após desaparecer. No buraco, também estavam o capacete, a carteira e o celular da vítima.

Polícia trabalha com poucas respostas

Até o momento, não há suspeitos presos ou identificados. A investigação segue em andamento e deve recomeçar os depoimentos após a localização do corpo. A polícia ainda tenta esclarecer questões como a razão de o empresário estar parcialmente despido, o motivo pelo qual ele foi parar dentro do buraco de uma obra, e onde exatamente ocorreu a morte.

As imagens das câmeras de segurança fornecidas pela organização do evento continuam sendo analisadas, na tentativa de identificar qualquer movimentação suspeita ou registro da vítima após a despedida do amigo.

Quem era Adalberto Júnior

Adalberto era dono de uma rede de óticas com unidades em Osasco e Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo. Casado com Fernanda Dândalo, o empresário costumava viajar com a esposa para o exterior — com fotos do casal em destinos como Paris e Roma compartilhadas nas redes sociais.

Apaixonado por motocicletas, ele dividia o hobby com a companheira. Na última postagem do casal nas redes, Fernanda aparece ao lado de Adalberto em frente a uma moto com a legenda: “motoqueiros selvagens”.

A morte do empresário deixa muitas perguntas em aberto, tanto para a polícia quanto para os familiares e amigos. O caso continua sendo tratado como morte suspeita, e a expectativa é que os próximos passos da investigação esclareçam o que realmente aconteceu na noite em que ele desapareceu.

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