Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Gaeco deflagra operação contra lavagem de R$ 280 milhões com buscas no PR

Ação investiga organização criminosa que usava empresas de fachada, criptoativos e até avião em esquema milionário; um dos alvos foi preso com 732 munições

Aeronave, imóveis e criptoativos foram alvo de sequestro judicial na Operação Transporter, que apura crimes em oito cidades de dois estados (Foto Danilo Martins/OBemdito)
Gaeco deflagra operação contra lavagem de R$ 280 milhões com buscas no PR
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 12 de junho de 2025 às 11h17 - Modificado em 12 de junho de 2025 às 11h17

O Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio dos núcleos de Maringá e Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta quarta e quinta-feira (11 e 12 de junho) a Operação Transporter, voltada à investigação de um suposto esquema de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa.

Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão domiciliar, 11 de busca pessoal, um de monitoração eletrônica e duas suspensões de passaporte, com ordens expedidas pela Vara Criminal de Ubiratã (PR). A operação ocorreu simultaneamente em oito cidades dos estados do Paraná e São Paulo, incluindo Foz do Iguaçu, Londrina, Presidente Prudente e São Paulo capital.

Além das medidas pessoais, houve o sequestro de bens patrimoniais avaliados em R$ 280 milhões, como uma aeronave, veículos de luxo, imóveis, ativos financeiros e criptoativos. Durante a ação, um dos alvos foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, com a apreensão de 732 munições calibre 9 mm – 396 intactas e 336 deflagradas.

Segundo o MP, as investigações começaram em maio de 2023, após o Gaeco identificar um crescimento patrimonial abrupto de um dos investigados. O suspeito utilizava uma aeronave particular em voos frequentes entre o Centro-Oeste paranaense e o Estado de São Paulo, o que levantou suspeitas de movimentações ilícitas.

A apuração revelou indícios de uso de empresas de fachada para comercializar produtos de origem criminosa, movimentações bancárias atípicas e aquisição sistemática de criptoativos para ocultar o patrimônio. O nome “Transporter” faz referência à estrutura logística do grupo, que operava o transporte de mercadorias ilegais por diferentes regiões do país, especialmente para São Paulo.

A operação contou com o apoio da Polícia Militar, Polícia Civil de São Paulo e representantes da OAB, já que um dos alvos é advogado. As autoridades seguem analisando o material apreendido e não descartam novos desdobramentos.

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