
Polícia Civil do Paraná desarticula megagrupo de tráfico internacional de animais
Os policiais civis cumprem mandados de busca e apreensão em residências, clínicas veterinárias e cativeiros clandestinos


A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou na manhã desta terça-feira (17) uma operação para desarticular um dos maiores grupos de tráfico internacional de animais silvestres e exóticos do país. A ação ocorre de forma simultânea em cidades dos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais, com apoio de forças de segurança e órgãos ambientais.
Ao todo, os policiais civis cumprem 38 mandados de busca e apreensão em residências, clínicas veterinárias e cativeiros clandestinos. A operação, resultado de dois anos de investigação, tem como foco o núcleo estrutural da organização criminosa, que atua em diversas regiões do Brasil. Com apoio aéreo de um helicóptero, a polícia busca os principais articuladores e distribuidores da rede, que usava plataformas digitais para comercializar animais em todo o território nacional.
Leia também: Rodovia ou floresta? Trecho urbano da PR-323 vira armadilha para motoristas em Umuarama
A investigação apontou que o grupo operava de forma segmentada. As células sediadas em São Paulo ficavam responsáveis pela distribuição nacional, enquanto os núcleos do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais abasteciam as regiões Sul, Sudeste e parte do Nordeste. Segundo a PCPR, a rede era altamente estruturada e contava com a participação de mais de 20 mil integrantes organizados em grupos de mensagens.
Entre os animais traficados estão espécies da fauna brasileira e de outras partes do mundo, como onças, tucanos, araras, macacos, serpentes, aranhas e dezenas de aves nativas e exóticas. De acordo com o delegado Guilherme Dias, que conduz a investigação, o comércio ilegal deixou de se concentrar em feiras livres e passou a acontecer principalmente pela internet, em plataformas fechadas e de difícil rastreamento.
A operação desta terça é um desdobramento de uma ação realizada em fevereiro de 2024, quando 390 animais foram apreendidos e nove pessoas presas. Na época, a PCPR identificou a liderança de 27 grupos exclusivos para tráfico de animais, além da participação dos criminosos em outros canais com conexões internacionais no Paraguai e na Venezuela.
Os investigados podem responder por tráfico de animais silvestres, maus-tratos, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ação conta com o apoio da Polícia Militar do Paraná, das polícias civis dos quatro estados envolvidos, do Ibama, do Instituto Água e Terra (IAT), da Prefeitura de Curitiba e de organizações ambientalistas.
(OBemdito com informações AEN)