
Rota Caminhos do Peabiru chega a 97 cidades no Paraná
Projeto resgata antiga trilha indígena com fins turísticos, culturais e de desenvolvimento sustentável; mais de 2 mil km atravessam o estado de Leste a Oeste


A Rota Turística Caminhos do Peabiru, uma das iniciativas mais ambiciosas de resgate histórico e valorização cultural no Paraná, acaba de ser ampliada com a entrada de cinco novos municípios: Tuneiras do Oeste, Santa Lucia, Tijucas do Sul, Palmital e Carambeí. Com isso, chega a 97 o número de cidades oficialmente integradas ao projeto que reconstrói e ativa turisticamente a milenar trilha indígena que corta o Paraná de Leste a Oeste.
O programa, coordenado pela Secretaria de Estado do Planejamento (SEPL) em parceria com a Secretaria de Turismo (SETU) e apoio técnico da Paraná Projetos, está estruturado em seis etapas de produção. Atualmente, os municípios envolvidos participam de reuniões técnicas para construir seus Planos de Trabalho, com foco no mapeamento e estruturação da rota por meio dos Grupos de Trabalho Municipais.
“Os Caminhos do Peabiru representam um legado histórico e cultural inestimável para os municípios participantes”, afirma o secretário estadual do Planejamento, Ulisses Maia. “É um elo entre passado e futuro, que além de valorizar a identidade regional, impulsiona o turismo e a economia local com sustentabilidade.”
A trilha, que tem mais de 3 mil anos de existência, foi utilizada por povos indígenas como Guarani, Kaingang e Xetá, e depois pelos incas, jesuítas e exploradores europeus. Estende-se do Oceano Atlântico até o Pacífico, passando por sítios arqueológicos de grande valor histórico. Somente no território paranaense, são cerca de 2 mil quilômetros de percurso.
Para o secretário estadual do Turismo, Leonaldo Paranhos, os Caminhos do Peabiru são mais que uma rota turística: “Representam a preservação da nossa cultura, conectando-nos à trajetória de milhares de anos que moldou a identidade dos povos que aqui viveram.”
A iniciativa conta ainda com a assessoria de especialistas de instituições acadêmicas e culturais, como o arqueólogo Igor Chmyz (UFPR), o geógrafo Almir Pontes Neto, a arqueóloga Cláudia Parellada (Museu Paranaense), o historiador Arléto Rocha, e o técnico da UEM, Sidinei Silvério da Silva. A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico da UEM (Fadec-UEM) também participa da estruturação junto aos municípios.
Nos próximos meses, estão previstos encontros regionais para orientação e consolidação do projeto em campo. A expectativa é de que a rota, uma vez estruturada, estimule turismo cultural, geração de renda, conservação ambiental e valorização das comunidades locais.
O Paraná, ao integrar quase uma centena de municípios nesse processo, assume protagonismo na preservação de uma das trilhas mais antigas do continente sul-americano e transforma um legado ancestral em motor de futuro.