Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

Mãe que matou filha de 7 anos declarou amor eterno à criança em rede social

O caso começou a vir à tona após o avô da menina desconfiar que algo estava errado

Foto: PCMG
Mãe que matou filha de 7 anos declarou amor eterno à criança em rede social
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 4 de julho de 2025 às 09h35 - Modificado em 4 de julho de 2025 às 09h37

Na noite de segunda-feira (30), poucas horas antes da descoberta do crime que chocaria a cidade de Leopoldina, na Zona da Mata mineira, uma mulher publicou em suas redes sociais três mensagens acompanhadas de fotos ao lado da filha de 7 anos. As declarações chamaram atenção pela carga emocional e pelo tom de despedida. “Para toda a eternidade eu vou te amar. Sou eternamente grata por ter gerado você. Te amo até a lua, ida e volta”, escreveu ela.

A Polícia Militar encontrou o corpo da criança na manhã do dia 1º de julho. Contudo, o boletim de ocorrência não informa com precisão o horário exato da morte de Laura Liz do Patrocínio Lupatini, o que impede a confirmação se as postagens ocorreram antes ou depois do assassinato.

Avô desconfia e arromba a casa

O caso começou a vir à tona na manhã de terça-feira (1º), após o avô da menina, pai da autora confessa, desconfiar de algo errado ao ver as publicações nas redes sociais. Por volta das 7h, ele decidiu arrombar a porta dos fundos da residência e, em seguida, a do quarto. Lá, encontrou a filha e a neta deitadas na cama, ambas desacordadas.

Pouco tempo antes disso, o pai da menina havia procurado a Polícia Militar. Ele contou que, também na manhã de terça-feira, recebeu uma mensagem da ex-companheira, em tom de ameaça, indicando que poderia tirar a vida da filha. O crime, porém, já havia acontecido.

De acordo com o relato, na noite anterior, por volta das 18h49, ele ligou para a mulher para reafirmar que não tinha interesse em reatar o relacionamento. Ela então passou o telefone para a filha, que disse: “estou partindo para um mundo das neves”.

Tentativa de resgate e morte confirmada

Ao chegarem à residência, os policiais receberam a informação de que o avô já havia socorrido a neta e a levado para a Casa de Caridade Leopoldinense. A criança apresentava múltiplos ferimentos provocados por faca e, apesar dos esforços da equipe médica, não resistiu aos ferimentos.

O sepultamento de Laura Liz ocorreu no início da noite da mesma terça-feira, em meio à muita comoção da comunidade.

Leia também: Mãe é acusada de assassinar filha de 4 anos e simular morte acidental por afogamento

Mãe confessa o assassinato no hospital

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também encaminhou a mulher ao hospital. Ela apresentava cortes no pescoço e nos pulsos, indicativos de uma tentativa de suicídio. Após receber atendimento e ter alta médica ainda na terça-feira, confessou à Polícia Militar ter dopado a filha com um ansiolítico, depois a asfixiado e, por fim, esfaqueado a menina no peito e nos pulsos.

Na residência, os policiais encontraram duas facas com lâmina de aço, embalagens de medicamentos, um celular e uma carta escrita à mão, deixada pela mulher. As autoridades recolheram todo o material e realizaram a perícia.

Carta revela motivação emocional

Embora o boletim de ocorrência não tenha transcrito o conteúdo completo da carta, os policiais relataram que, no texto, a mulher afirmava que, por não conseguir reatar o relacionamento, impediria o ex-companheiro de ver a filha.

Ela também deixou instruções para que ele colocasse um vestido específico na menina e deixasse as alianças sobre o túmulo da criança, como uma espécie de demonstração do amor que ainda sentia por ele.

Investigações em andamento

A Polícia Civil informou, por meio de nota, que já requisitou os laudos periciais, mas ainda não definiu uma data para divulgar os resultados. A mulher foi transferida para o presídio de Leopoldina logo após receber alta médica.

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