Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Jovem indígena é encontrado decapitado com carta de ameaças em Guaíra

Ministério dos Direitos Humanos acompanha o caso; bilhete deixado ao lado do corpo faz ameaças a comunidades indígenas e à Força Nacional

Cena do crime em Guaíra (PR) foi marcada por brutalidade e ameaças a indígenas e forças de segurança; corpo era de jovem de 23 anos, filho de cacique (Foto Arquivo Familiar)
Jovem indígena é encontrado decapitado com carta de ameaças em Guaíra
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 14 de julho de 2025 às 11h21 - Modificado em 15 de julho de 2025 às 08h31

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) manifestou preocupação com o assassinato brutal de o assassinato de Everton Lopes Rodrigues, indígena de 23 anos filho de Bernardo Rodrigues Diegro, cacique da Aldeia Yvyju Avary, no município de Guaíra. O corpo foi encontrado decapitado ao lado de uma carta contendo ameaças explícitas às comunidades indígenas Ava Guarani e à Força Nacional de Segurança Pública.

O bilhete, assinado por um grupo que se autodenomina “Bonde 06 do N.C.S.O.”, faz menção direta ao conflito com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e ameaça “invadir aldeias, atacar ônibus com crianças e incendiar vivos os ocupantes”, além de afirmar que o próximo alvo será a Força Nacional. A carta, repleta de ódio e linguagem violenta, foi recolhida pela Polícia Civil do Paraná, que investiga o crime. Os materiais foram encaminhados para perícia.

Desde as primeiras horas após o crime, o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), vinculado ao MDHC, passou a acompanhar o caso, em articulação com autoridades locais e federais. No Paraná, o programa monitora 19 lideranças Ava Guarani sob ameaça.

“Reiteramos nosso compromisso em defender a vida, a dignidade e os direitos dos povos indígenas. Nenhuma ameaça silenciará a luta ancestral por justiça e território”, afirmou o ministério em nota oficial.

O crime acirra ainda mais o clima de tensão em áreas indígenas na região de fronteira e reforça os alertas sobre o aumento da violência contra defensores de direitos humanos. A Força Nacional atua na região em apoio às ações de proteção aos povos originários e à mediação de conflitos agrários.

Guaira

O crime acirra ainda mais o clima de tensão em áreas indígenas na região de fronteira e reforça os alertas sobre o aumento da violência contra defensores de direitos humanos (Foto Agência Brasil)

OBemdito com informações da Banda B, Tarobá e Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

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