
Corpo de Bombeiros registra 583 afogamentos em 2025 e reforça importância da prevenção
De todas as mortes por afogamentos de crianças de até 9 anos no país, 54% acontecem em residências


Todos os dias 16 brasileiros perdem a vida em afogamentos. Quatro dessas pessoas são crianças e uma delas se afoga dentro da própria casa, em piscinas, bacias e caixas d’água. Os dados brasileiros são apenas uma parte de um alerta mundial que motivou a criação do Dia Mundial da Prevenção do Afogamento, 25 de julho, pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) está em campanha permanente, divulgando dicas de conscientização para diminuir os índices no estado. Com o apoio da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), a corporação concentra esforços em ações para que os afogamentos não ocorram.
No primeiro semestre deste ano, o CBMPR atendeu a 583 ocorrências de afogamento. De acordo com o comandante-geral da corporação, coronel Antônio Geraldo Hiller, ações simples podem evitar tragédias. “O afogamento é silencioso e quase sempre evitável. Supervisão das crianças, além do respeito às normas de balneabilidade são cuidados fundamentais”, afirma.
Leia também: Corpo de Bombeiros faz orientações para evitar afogamentos em casa.
Afogamentos aumentam no verão
No verão é marcante a presença de guarda-vidas militares e civis nas praias do Litoral, equipados com drones, sonares, lanchas e helicópteros para resgates seguros. “Realizamos milhares de orientações diárias a banhistas, sinalizamos áreas seguras com bandeiras e distribuímos pulseiras para identificar crianças”, exemplifica o comandante.
“Nosso objetivo é reduzir ao máximo os riscos em rios, piscinas e no mar. Em caso de emergência ligue para o 193. Não entre na água sem supervisão, use colete em embarcações e respeite sempre a sinalização do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná”, reforça o coronel Hiller.
Segundo a Sobrasa, o Paraná é um dos estados com maior redução de óbitos por grupo de 100 mil habitantes. Foram quase 58% menos mortes em 2023 em relação a quando a medição foi criada, há 26 anos. “A análise é sobre dados do SUS, com amostragem até dois anos atrás, mas o índice é muito significativo”, explica o vice-presidente da Sobrasa, coronel Edemilson de Barros.

Números de afogamentos
Quando os números de afogamentos no Brasil são dispostos de maneira ampla, a questão se mostra ainda mais urgente. São seis mil brasileiros mortos por dia em rios, lagos, represas, mar e piscinas. Os bombeiros ressaltam que as crianças são vítimas dentro de casa por descuidos rápidos dos adultos. A princípio, os afogamentos acontecem quando elas brincam perto das piscinas, banheiras ou quaisquer recipientes com água.
De todas as mortes de crianças de até 9 anos no país, 54% acontecem em residências. As maiores de 10 anos, assim como os adultos, se afogam mais em rios, represas e praias. Mesmo as crianças de quatro a 12 anos de idade que sabem nadar perdem a vida presas em bombas de sucção de piscinas. No Brasil, em média, dois adolescentes morrem por afogamento por dia.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, é possível evitar mais de 90% das mortes quando as pessoas estão atentas aos possíveis riscos. Além disso, muitas pessoas não respeitam os limites pessoais ou não têm conhecimento das noções básicas de como agir nas situações.
Evite riscos
– Não entre no mar em locais onde não há salva-vidas, respeite a sinalização por bandeiras e mantenha as crianças a, no máximo, um braço de distância na água. Não entre na água alcoolizado. Em rios, lagos e represas não entre em locais com correnteza e jamais pule de cabeça sem saber a profundidade.
– Conheça os sinais de cabeças d’água em rios: se a vazão aumentar de repente, saia imediatamente e procure um local alto e seguro. Nos barcos é obrigatório o uso de coletes salva-vidas, equipamentos de comunicação e instruções para emergências.
– Em inundações, verifique como receber alertas da Defesa Civil e, ao notar o nível da água subir, vá a locais elevados. Em enxurradas, não atravesse as águas de carro ou a pé. Se a casa apresentar rachaduras ou barulhos, abandone o local.
– As crianças precisam de supervisão em tempo integral, lavanderias, banheiros e jardim com piscina devem ter portas com trancas. Caixas d’água, cisternas e vasos sanitários devem ter tampa. Esvazie banheiras, baldes, bacias e tanques. Além disso, as piscinas de uso coletivo precisam ter guarda-vidas e ralos anti sucção.
– Não se coloque em risco, jamais entre na água para ajudar alguém. Lance uma boia ou um objeto flutuante, ligue para o número 193 do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná e aguarde o resgate chegar. Proteja, ensine quem você ama e lembre-se: prevenir é salvar.
(Informações: AEN)