Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Polícia Federal apura fraudes no DPVAT e operação mira fisioterapias fictícias

Sete pessoas são investigadas por integrar suposto esquema criminoso que usava nomes de médicos para requerer indenizações

Policiais federais cumprem mandados em Maringá, Sarandi, Paranavaí e Apucarana na manhã desta quarta-feira (30) (Foto Agência Brasil)
Polícia Federal apura fraudes no DPVAT e operação mira fisioterapias fictícias
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 30 de julho de 2025 às 11h00 - Modificado em 30 de julho de 2025 às 11h01

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Rehabilitatio, com o objetivo de desarticular um grupo suspeito de fraudes no Seguro DPVAT. As investigações, conduzidas pela Delegacia da PF em Maringá, apontam que os envolvidos simulavam despesas médicas, especialmente sessões de fisioterapia, para obter indenizações fraudulentas junto à Caixa Econômica Federal.

De acordo com a PF, entre 2021 e 2023, centenas de requerimentos foram apresentados por um único procurador, todos em nome de supostas vítimas de acidentes de trânsito. O que chamou a atenção dos investigadores foi a utilização de nomes de médicos que atuam em áreas alheias ao atendimento de acidentados, o que indicaria falsificação nos pedidos.

Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em cinco residências e duas empresas, sendo uma localizada em Maringá e outra em Sarandi. As ações ocorreram em residências nas cidades de Maringá (4), Sarandi (1), Paranavaí (1) e Apucarana (1), no Norte e Noroeste do Paraná.

Sete pessoas são investigadas e, segundo a PF, há indícios de que elas atuavam de forma articulada como parte de uma organização criminosa dedicada à prática sistemática de fraudes contra o sistema de seguros públicos.

Os crimes apurados incluem:

  • Estelionato majorado (art. 171, §3º, do Código Penal);
  • Falsificação de documento público (art. 297);
  • Falsificação de documento particular (art. 298);
  • Falsidade ideológica (art. 299);
  • Uso de documento falso (art. 304);
  • Integração de organização criminosa (art. 2º da Lei nº 12.850/2013).

A PF seguirá com as investigações para quantificar os prejuízos e identificar outros eventuais beneficiários ou participantes do esquema.

Mais uma ação da PF na região

Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (30) a Operação Pythia, com foco em desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro. A ação mobiliza agentes em dez cidades, com destaque para Douradina, Icaraíma e Xambrê, no noroeste do Paraná.

Esses municípios, próximos à fronteira com o Paraguai, foram alvos prioritários por abrigarem núcleos logísticos do grupo investigado. A quadrilha atuava como fornecedora de drogas e armas de uso restrito para facções em grandes centros urbanos, especialmente São Paulo e Minas Gerais.

As investigações duraram cerca de um ano. Durante esse período, a PF apreendeu aproximadamente seis toneladas de entorpecentes, entre cocaína e maconha, além de fuzis calibre 5.56, pistolas e revólveres. Parte do arsenal seria distribuída a facções criminosas no Sudeste.

A organização também utilizava empresas de fachada e negócios imobiliários para lavar o dinheiro obtido com o tráfico. O esquema financeiro tinha ramificações nos dois estados.

Ao todo, foram expedidos 14 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão, autorizados pela Justiça Estadual de Cascavel (PR). As ordens judiciais foram cumpridas nas cidades de Douradina, Icaraíma, Santa Helena, Xambrê, Cascavel, Foz do Iguaçu, Campinas, São Paulo, Taíuva e Matão.

O nome da operação remete à Pítia, sacerdotisa do oráculo de Delfos, consultada por líderes da Grécia Antiga em decisões estratégicas. A PF afirma que o nome simboliza o uso da inteligência policial para antecipar e combater ações do crime organizado. As investigações continuam. Novas prisões e medidas judiciais não estão descartadas.

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