Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Um ano após queda de avião da Voepass, investigação da FAB segue sem conclusão

Tragédia em Vinhedo (SP) matou 62 pessoas; falha no sistema anticongelamento é uma das hipóteses

Anac identificou mais de 2.700 voos realizados sem inspeções obrigatórias pela Voepass, antiga Passaredo (Foto Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo)
Um ano após queda de avião da Voepass, investigação da FAB segue sem conclusão
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 6 de agosto de 2025 às 12h03 - Modificado em 6 de agosto de 2025 às 12h03

Quase um ano após a queda do voo 2283 da Voepass, que matou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não divulgou o relatório final sobre o acidente. A tragédia, ocorrida em 9 de agosto de 2024, é considerada uma das mais fatais da aviação brasileira.

A investigação da Força Aérea Brasileira (FAB) foi aberta no mesmo dia. Um relatório preliminar, divulgado cerca de um mês depois, revelou que os tripulantes relataram falha no sistema de prevenção de gelo nas asas da aeronave, que teria sido ativado e desligado diversas vezes durante o voo.

A aeronave, que decolou às 11h58 de Cascavel (PR) rumo ao Aeroporto de Guarulhos, começou a perder altitude às 13h21 e caiu um minuto depois, em parafuso, sobre uma casa em Vinhedo. Todos os 58 passageiros e quatro tripulantes morreram.

Apesar do registro de conversa entre os pilotos no gravador de voz da cabine, nenhuma emergência foi declarada. Também não houve relatos de condições meteorológicas adversas.

A formação de gelo nas asas circula como possível causa entre profissionais da aviação desde os primeiros dias após o acidente. Denúncias anônimas sobre condições precárias de aeronaves da Voepass também se espalharam nas redes sociais

O Cenipa afirmou que a coleta de dados foi concluída e que o caso está na fase de análise técnica, com participação de uma equipe multidisciplinar composta por pilotos, engenheiros, médicos e psicólogos. O relatório final irá apontar fatores contribuintes e pode trazer recomendações de segurança de voo.

Além da apuração técnica da FAB, o caso também é investigado pela Polícia Federal, que atua para apurar possíveis responsabilidades criminais. Entre os focos da apuração está a rotina de trabalho dos pilotos.

Anac cassa licença da Voepass

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu neste ano, de forma unânime e definitiva, cassar o Certificado de Operador Aéreo da Passaredo Transportes Aéreos, principal empresa do grupo Voepass.

A medida impede a companhia de realizar voos comerciais no Brasil por dois anos. A decisão também inclui multa superior a R$ 570 milhões, e não cabe mais recurso.

A Voepass já estava com as atividades suspensas desde 11 de março, por decisão cautelar da Anac. Com a cassação, a situação da empresa se agrava: a companhia está em recuperação judicial, com dívidas acima de R$ 400 milhões.

Segundo a Anac, a medida foi tomada após identificação de falhas graves e persistentes nos mecanismos internos de supervisão da segurança operacional da empresa.

Uma operação assistida da agência revelou que sete aeronaves da frota realizaram mais de 2.700 voos sem cumprir ao menos 20 inspeções obrigatórias, colocando em risco a segurança dos passageiros e da tripulação.

A Voepass já estava com as atividades suspensas desde 11 de março, por decisão cautelar da Anac. Com a cassação, a situação da empresa se agrava: a companhia está em recuperação judicial, com dívidas acima de R$ 400 milhões.

Segundo a Anac, a medida foi tomada após identificação de falhas graves e persistentes nos mecanismos internos de supervisão da segurança operacional da empresa.

Uma operação assistida da agência revelou que sete aeronaves da frota realizaram mais de 2.700 voos sem cumprir ao menos 20 inspeções obrigatórias, colocando em risco a segurança dos passageiros e da tripulação.

OBemdito com informações da Agência Brasil

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