Rodrigo Mello Publisher do OBemdito

Esquema envolvendo dono da Ultrafarma gerou R$ 1 bilhão em propina

Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Esquema envolvendo dono da Ultrafarma gerou R$ 1 bilhão em propina
Rodrigo Mello - OBemdito
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 14h55 - Modificado em 12 de agosto de 2025 às 15h07

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) afirma que o esquema de corrupção envolvendo empresários e um auditor fiscal teria gerado mais de R$ 1 bilhão em propina. A Operação Ícaro, deflagrada nesta terça-feira (12) pelo GEDEC (Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos), prendeu o empresário Sidney Oliveira, dono da rede de medicamentos Ultrafarma, o diretor da varejista de eletrônicos Fast Shop, Mario Otávio Gomes, e o servidor estadual.

Sidney Oliveira, que morou no antigo distrito de Nova Jerusalém, começou sua carreira como atendente de farmácia em Umuarama. Segundo as investigações, o auditor da Secretaria da Fazenda de São Paulo manipulava processos administrativos para reduzir ou extinguir créditos tributários de grandes empresas. Em troca, recebia pagamentos mensais, disfarçados por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.

Na residência do servidor, os agentes apreenderam grande quantia em espécie. O valor exato não foi divulgado. O Ministério Público aponta o fiscal como operador central do esquema. Ele teria mantido relações de longo prazo com executivos de diferentes setores do varejo paulista, beneficiando negócios e reduzindo cobranças fiscais de forma ilícita.

Foram cumpridos três mandados de prisão temporária: contra o auditor fiscal, Sidney Oliveira e Mario Otávio Gomes. A ação incluiu mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e nas sedes da Ultrafarma e da Fast Shop. Documentos, computadores e registros financeiros foram recolhidos para análise.

O MPSP afirma que os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A operação segue em andamento e novas prisões não estão descartadas.

A Justiça autorizou o bloqueio de contas bancárias e bens ligados aos acusados para assegurar a recuperação de valores desviados. O órgão de investigação também analisa possíveis ramificações do esquema em outros estados.

A defesa dos empresários não havia se manifestado até a publicação desta reportagem. A Secretaria da Fazenda de São Paulo declarou que colabora com as autoridades e que não tolera condutas ilícitas entre seus servidores.

(OBemdito com CNN Brasil)

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