
MP investiga influenciador Hytalo Santos por exploração de menores na internet
Perfis foram suspensos e Justiça proibiu contato com crianças e adolescentes após denúncias de vizinhos sobre festas e gravações com teor sexual


O influenciador digital Hytalo Santos é alvo de investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) por suspeita de exploração de crianças e adolescentes em conteúdos publicados nas redes sociais. A apuração teve início após denúncias de vizinhos do condomínio onde ele mora, relatando festas com bebidas alcoólicas e filmagens com conotação sexual envolvendo menores.
De acordo com a promotora Ana Maria França, responsável por parte do caso, os eventos se estendiam até tarde da noite e incluíam a presença de adolescentes e crianças, muitas vezes gravadas em situações que podem configurar violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Na terça-feira (12), a Justiça aceitou pedido do MP e determinou a suspensão de todos os perfis de Hytalo nas redes sociais, além da proibição de qualquer contato dele com menores de idade que viviam ou frequentavam sua residência. Também foi solicitada a interrupção imediata da monetização dos vídeos, impedindo o recebimento de valores por visualizações e interações.
O caso ganhou repercussão nacional após o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, publicar um vídeo com denúncias sobre a adultização e exploração de menores na internet. A gravação, que inclui acusações contra Hytalo, já ultrapassa 28 milhões de visualizações.
Além da investigação cível, o MPPB requisitou abertura de inquérito policial para apurar a conduta do influenciador na esfera criminal. Os promotores também investigam se os pais de adolescentes que frequentavam o local foram omissos no dever de proteção.
Outra frente da ação pede a suspensão das atividades de uma empresa de rifas e sorteios associada ao canal do influenciador. A Loteria do Estado da Paraíba (Lotep) recebeu prazo de 48 horas para revogar a autorização, sob pena de medidas judiciais.
Procurado anteriormente, Hytalo afirmou que mantém boa relação com as mães das adolescentes e que parte das jovens citadas nas denúncias é emancipada. Ele nega irregularidades e alega que todo o convívio ocorre com consentimento das famílias.