
Paraná inicia uso de teste inovador para rastrear câncer do colo do útero
O teste identifica a presença do vírus no organismo antes do surgimento de lesões ou do câncer em estágios iniciais


O Paraná iniciou o uso do teste de biologia molecular DNA-HPV para rastrear o câncer de colo do útero, através do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde selecionou um total de 12 estados para implementar o novo teste.
O lançamento do método inovador no Paraná contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde e aconteceu na sexta-feira (15). A iniciativa integra o novo modelo nacional de rastreamento organizado do câncer do colo do útero. O objetivo é identificar a presença do vírus causador da doença mais precocemente. O projeto-piloto iniciou, primeiramente, nos municípios paranaenses de Rio Branco do Sul e Curitiba.
Além do Paraná, foram escolhidos para o projeto-piloto os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Recife, Rondônia, Goiás e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. A expectativa é que o novo método seja implementado em todo o Brasil até o final de 2026.
Como o teste rastreia o câncer de colo do útero
A tecnologia é 100% nacional e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é o responsável pelo seu desenvolvimento. O teste detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV). Ele identifica a presença do vírus no organismo antes do surgimento de lesões ou do câncer em estágios iniciais, inclusive em mulheres assintomáticas. Isso aumenta as chances de cura por meio do tratamento precoce e contribui para reduzir o tempo de espera por atendimento especializado no SUS.
Tradicionalmente, o rastreamento da doença acontece através do exame citopatológico, o Papanicolaou, que mostra alterações celulares causadas pelo vírus. O teste de DNA-HPV, no entanto, detecta diretamente a presença do HPV. Dessa forma, permite identificar a infecção antes das alterações celulares.
Essa característica garante maior sensibilidade diagnóstica, intervalos maiores entre os exames (que passaram de três para a cada cinco anos) quando o resultado é negativo e evita intervenções desnecessárias.
“O teste desenvolvido pelo IBMP permite identificar o vírus antes mesmo que ele cause alterações celulares no colo do útero, garantindo mais prevenção e cuidado às mulheres paranaenses. Hoje, iniciamos o piloto em Rio Branco do Sul e Curitiba com os primeiros 300 kits. E essa fase nos deixa confiantes e esperançosos para implantar essa iniciativa em todo o Paraná”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Terceira causa de mortes entre mulheres
O câncer do colo do útero é a terceira neoplasia mais frequente em mulheres brasileiras e a quarta causa de morte por câncer entre elas. O HPV é o principal fator de risco, responsável por 17 mil novos casos estimados ao ano no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O instituto aponta uma taxa de 15 casos para cada 100 mil mulheres. De acordo com o Inca, a estimativa é de 790 novos casos desta doença para os anos de 2024 a 2026 no Estado.
O diretor-geral da Sesa, César Neves, acompanhou o lançamento da nova iniciativa do governo federal em Curitiba e Rio Branco do Sul. “O Paraná mais uma vez sai na frente, sendo escolhido como um dos estados que vai participar desta organização tão importante, na introdução de uma nova testagem com maior detecção”, disse.
Os dois municípios paranaenses receberam 300 kits de coleta de exames iniciais. Posteriormente, receberão mais 3,2 mil – o que acontecerá nas próximas semanas. O início da testagem com o novo método depende da disponibilidade de treinamentos que serão ofertados pelo Ministério da Saúde.
(Informações: AEN)