
Umuarama: Mais duas testemunhas são ouvidas pelos vereadores da CPI da Covid
A ex-diretora do Pronto Atendimento Municipal, Bruna Fátima Pinheiro Pereira e a farmacêutica responsável Farmácia Municipal, Camila Bertolin de Oliveira, […]


A ex-diretora do Pronto Atendimento Municipal, Bruna Fátima Pinheiro Pereira e a farmacêutica responsável Farmácia Municipal, Camila Bertolin de Oliveira, foram as duas testemunhas ouvidas na reunião desta quinta-feira (28) na CPI da Covid.
Também estava convocado o administrador do Instituto Nossa Senhora Aparecida, Cristiano Derenusson Nelli, porém, pela segunda vez, não foi possível notificá-lo para comparecer a comissão, já que não localizado para assinar o termo de convocação.
A primeira testemunha ouvida foi Bruna Pereira, que até o mês de maio exercia o cargo de diretora do Pronto Atendimento Municipal. Ela respondeu a todos os questionamentos dos vereadores Ana Novais (presidente), Ednei do Esporte (vice-presidente), Mateus Barreto (relator), e, como membros, Cris das Frutas e Sorrisal.
Em suas respostas, ela endossou o processo de gerenciamento do PAM e esclareceu pormenores relativos ao atendimento, assim como a alta demanda ocorrida no pico da pandemia, principalmente nos meses de junho e julho. Neste período, mais de 20 pacientes permaneceram intubados no Pronto Atendimento, por diversos dias. O espaço não é adequado este tipo de atendimento, pois o correto seria a vaga de leito na rede hospitalar.
Alguns questionamentos mais relevantes foram em relação à prestação de serviços e pagamento destinado a empresas que firmaram contrato com o município para a disponibilização de médicos e enfermeiros no atendimento aos pacientes acometidos pela COVID 19.
Determinadas empresas aparecem nas investigações da Operação Metástase como tendo recebido pagamentos mensais de tabela cheia, porém, dentre o montante, notas referentes a profissionais que não teriam atuado durante o mês em questão. Em determinados meses, os valores indevidos superariam a cifra de R$ 80 mil.
Em relação a essas supostas inconsistências, Bruna foi indagada sobre a maneira a qual ela autorizava o pagamento mensal, já que ela era fiscal dos contratos relativos às empresas prestadoras de serviço à Saúde Municipal.
E ex-diretora do PAM disse que acompanhava sim todos os contratos, em especial às autorizações de pagamentos, mas, que recebia os documentos com planilhas prontas, conferia com o valor do contrato e, por conta disso assinava-as, sem nunca ter percebido alguma incompatibilidade de valores, em especial ao limite mensal do contrato.
Ainda acerca deste assunto, assumiu que pode ter sido um erro de sua parte não ter acompanhado mais de perto o serviço, que, a seu ver, estava sendo prestado de forma correta. Justificou ainda que o fluxo de trabalho era tão intenso que se tornava praticamente impossível constatar se a quantidade de profissionais que atuava era o mesmo que apresentado nas notas encaminhadas pela empresa à Secretaria Municipal Saúde Municipal, e, posteriormente entregues a ela para conferência.
A farmacêutica Camila Bertolin de Oliveira falou posteriormente à Bruna, e esclareceu sobre o controle de medicamentos realizado junto à Farmácia Municipal. De acordo com ela, medicamentos básicos como dipirona estavam disponíveis na farmácia, mas, a logística de entrega se dava de acordo com as solicitações do PAM e da Tenda Covid, que, conforme ela podem ter feito planejamentos mensais com previsão de consumo menor do que de fato aconteceu, resultando na falta do medicamento em momentos de grande fluxo de pacientes.
Por outro lado, Camila destacou que em se tratando de certos medicamentos, principalmente os destinados para intubação, em diversos momentos não estavam disponíveis. Para sanar a demanda, ela teria entrado em contato com municípios da região solicitando empréstimos. Um dos municípios que mais colaboraram, foi Cascavel. Hospitais de Umuarama também emprestaram medicamentos a Farmácia Municipal.
Ela também informou que no mês de outubro de 2020, solicitou uma série de medicamentos à Secretaria Municipal como forma de suprir a demanda para os meses posteriores, dentre deles aqueles específicos para intubação de pacientes.
Tal solicitação chegou a tramitar pela Prefeitura e Secretaria da Saúde, porém, foi cancelada no mês de fevereiro de 2021 pela então Secretária Municipal de Saúde, Cecília Cividini. Tal conduta prejudicou a compra dos medicamentos que eram necessários para o tratamento de pacientes acometidos pelo vírus, em momento crítico da pandemia.
A justificativa da secretária, conforme Camila Bertolin foi de que haveria mudanças no quadro de profissionais da área de saúde, sendo que os quais poderiam solicitar outros tipos de medicamentos. Desta forma, o processo foi encerrado sem que fosse concretizada a compra.
DELIBERAÇÕES
Durante a reunião de hoje os vereadores deliberaram sobre a próxima quinta-feira (4), quando devem ser ouvidos Marlowe Aparecida Gusmão, esposa de Cícero Laurentino (detido pela operação Metástase); a ex-servidora da Secretaria Municipal de Saúde, Maristela de Azevedo Ribeiro; Paulo Tunis Colucci, Motorista da Vigilância Epidemiológica; e a servidora da Secretaria Municipal de Saúde, Eliane Trentini Pagnussat.
Na reunião de quarta-feira (03), são esperados o Diretor do Departamento de Contratos e Licitações da Prefeitura, Carlos Simões Garrido; Amanda Gisele – assessora jurídica da Prefeitura e Elizeu Ampessan, ex-diretor da Atenção Básica em Saúde do Município.
(Assessoria Câmara)