
PF afirma que bancos movimentaram R$ 331 milhões do PCC
A informação foi levantada pela PF durante a Operação Tank, que mira em uma das maiores estruturas de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis


A Polícia Federal, por meio da Operação Tank, apura que bancos investigados movimentaram mais de R$ 331 milhões em depósitos para o PCC. Segundo relatório, agências da Caixa e do Santander registraram 9.560 transações em espécie sem comunicar corretamente os órgãos de controle.
De acordo com o delegado Mateus Marins Corrêa de Sá, os valores foram operados pela empresa Tycoon, sediada em Curitiba, mas sem identificação de clientes. Isso fere as normas antilavagem do Coaf, que exigem comunicação para movimentações suspeitas ou acima de R$ 30 mil.
Na análise, a PF constatou que bancos investigados por PCC receberam depósitos em dinheiro vivo, principalmente nas agências da Caixa em Guarulhos e do Santander em Curitiba. Parte dos recursos foi direcionada a empresas ligadas a investigados da facção.
Até o momento, 14 pessoas tiveram prisão preventiva decretada, entre elas os empresários apontados como líderes do esquema, que estão foragidos. A investigação segue em andamento.
Declarações
Ao jornal Estadão, o Santander relatou que “mantém sistemas robustos e contínuos de controle e reitera seu compromisso rigoroso com a legalidade, a integridade e a legislação de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo”. O banco esclarece que, “por força destas mesmas normas, está legalmente impedido de comentar casos específicos”.
Já a Caixa afirmou que “atua conjuntamente com os órgãos de segurança pública nas investigações e operações que envolvem a instituição”. “Tais informações são consideradas sigilosas e repassadas exclusivamente à Polícia Federal e demais autoridades competentes.” O banco estatal informou ainda dedicar “atenção especial ao monitoramento de movimentações financeiras com indícios de lavagem de dinheiro, com a devida comunicação ao Coaf”.
(Com informações RIC Mais)