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Vacinação avança e noivos voltam a sonhar com a festa de casamento

Ambientes abertos, redução no número de convidados, cerimônia no meio da semana e serviço na mesa são tendências em crescimento

FOTO: ANA CAROLLYNE VILAR FERNANDES / ARQUIVO PESSOAL
Vacinação avança e noivos voltam a sonhar com a festa de casamento
Leonardo Revesso - OBemdito
Publicado em 7 de novembro de 2021 às 09h43 - Modificado em 22 de maio de 2025 às 19h06

O casal de zootecnistas Silvia e Douglas adiou três vezes a festa de casamento durante a pandemia. Nesse período, Silvia ficou grávida da Clara, que nasceu em novembro de 2020. Mesmo com os adiamentos e as incertezas, o casal não deixou de realizar o sonho de subir ao altar e dizer o tão esperado “sim”.

O casamento finalmente ocorreu no dia 23 de outubro. O planejamento para a festa de casamento, iniciado em junho de 2019, começou depois de quase 10 anos de namoro.

“Nós assinamos o primeiro contrato, com a cerimonialista, em junho de 2019. Mas até então era só planejamento. Em julho começamos a contratar os outros fornecedores. O casamento estava marcado para o dia 13 de junho de 2020. No entanto, quando a pandemia explodiu, em março, a gente não havia remarcado”, conta Silvia Ramos Emerick.

O casal manteve a data, até ver que a pandemia não era passageira. “Em maio, nós vimos que realmente era inviável fazer o casamento, tanto por segurança própria, quanto segurança dos nossos convidados, porque viriam de fora. Então nós optamos por adiar o casamento pela primeira vez para setembro”, afirma Silvia.

Mas setembro chegou e a pandemia estava longe de acabar. Antes de remarcar para 2021, Silvia descobriu que estava grávida. “Em abril de 2020 a gente descobriu que eu estava grávida. Então tudo isso foi um motivo a mais para redobrar o cuidado com relação à pandemia, à nossa saúde, da nossa filha e dos nossos familiares em geral”.

O tão sonhado casamento finalmente ocorreu no mês passado. “Graças a Deus, em 2021 as coisas começaram a melhorar. Em julho de 2021 cerca de 80% dos convidados já estavam vacinados com a segunda dose da vacina, então isso acabou gerando uma segurança muito maior”, conta a recém-casada.

Como o matrimônio foi realizado em uma chácara, o ambiente era aberto, tendência na maioria das festas.

Variação nos gastos

Mesmo com as remarcações da data, Silvia conta que não houve muita variação nos gastos. O preço final variou um pouco especialmente por causa da mudança do local da festa. “Não tivemos multas”, diz Douglas.

Já o casal Ana Karollyne e William marcou a cerimônia de casamento para julho de 2021. Mesmo com a pandemia ainda em curso, eles não adiaram o evento, que começou a ser planejado em 2019, depois de quatro anos de relacionamento.

“Passamos por um período de dúvidas mesmo, porque a gente não sabia se seria possível realizar [a festa]. [Era] tudo muito novo e ninguém entendia direito o que estava acontecendo. Quando nos casamos, já tinha uma grande parte dos nossos convidados vacinados com pelo menos uma dose da vacina”, conta Ana Karollyne Fernandes, que é analista de materiais.

A cerimônia religiosa foi em uma igreja católica, seguindo as medidas e protocolo de segurança. “No máximo 200 pessoas na igreja, sentando duas pessoas por banco (uma em cada ponta) e intercalando os bancos. Todos tiveram que utilizar máscara de proteção, em todos os momentos, com exceção dos noivos”, detalha Ana Karollyne.

Assim como para a cerimônia religiosa, a festa também contou com protocolos de segurança e higiene. “Colocamos álcool em gel em todas as mesas e nos banheiros. Não teve pista de dança. O uso de máscara foi obrigatório e o almoço servido no prato pronto, para evitar filas e aglomerações para servir”.

De acordo com Ana Karolinna, nenhum convidado adoeceu, após o evento. “Os convidados respeitaram e super elogiaram as medidas de segurança. Não tivemos nenhum caso relatado de contaminação após o casamento, graças a Deus”.

Orçamento mais caro

Para quem não fechou contrato antes da pandemia, no entanto, casar em 2021 ficou mais caro. Uma festa para 50 pessoas em 2020, com a opção de cardápio mais barata e locação do espaço, custava em média R$ 23.650.

Em 2021, o valor para um evento idêntico subiu para R$ 25.150. Já quem quiser deixar para 2022 uma festa no mesmo padrão vai desembolsar R$ 26.900. A simulação do evento feita pela reportagem não inclui decoração (que não sai por menos de R$ 5 mil), nem som, DJ e iluminação, que fica em torno de R$ 4 mil.

Expectativas do setor

A busca por fornecedores segue a tendência positiva. O número de pedidos de orçamentos desde o início de outubro deste ano é 35% maior do que as solicitações de orçamentos feitas por casais no mesmo período de 2019.

Os dados mostram que seis em cada dez casais adiaram a data de casamento marcada para 2020. Boa parte deles remarcaram para até dezembro de 2021.

Tradicionalmente os meses de setembro a dezembro estão entre os mais procurados para esse tipo de celebração. Um em cada três noivos que buscam serviços especializados pretende convidar até 150 pessoas; apenas 15% terão no máximo 50 convidados.

Tendências

Além da diminuição no número de convidados, outras tendências foram observadas em celebrações marcadas para 2021, pensando na segurança e na economia.

Casais buscam cada vez mais eventos durante o dia e ao ar livre, assim como festas mais intimistas, onde apenas a família participa. Para quem não abre mão de dividir o dia com muitos amigos, o casamento com transmissão online permite que pessoas de outras cidades acompanhem o momento do sim.

Casar durante a semana é uma opção para quem quer economizar, pois as locações e serviços costumam oferecer descontos entre segunda e quinta-feira.

Outras medidas para evitar filas e aglomerações entre os convidados incluem o momento de servir a comida e a bebida: a tendência é substituir os bares por cardápios de coquetéis e drinks que o próprio convidado leva até sua mesa. Já o sistema de self service vem sendo substituído por pratos montados e servidos nas mesas.

(Com Agência Brasil)

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