Umuaramense comemora sucesso na confeitaria após deixar emprego formal para empreender

Lau Cassim, de 36 anos, passa a maior parte do dia em sua cozinha, no bairro Dom Pedro, em Umuarama. É lá que produz bolos e docinhos, que são fonte de renda e proporcionaram uma guinada na vida da família.

Lau trabalhou por anos como vendedora, mas sempre quis viver da culinária. Em 2019 ela fez um acerto na empresa em que trabalhava e iniciou um caminho difícil, mas satisfatório.

Tudo começou com bolos de pote, que eram levados para o trabalho e sempre elogiados. Depois surgiram os pedidos para bolos de aniversário. Os bolos eram montados em travessas para que não desmoronassem, mas ainda assim o sabor conquistava os paladares.

Por meio da internet ela foi se aperfeiçoando. “Eu não tenho nenhum curso, mas virava noite acordada assistindo vídeos na internet para aprender”, lembra.

O dinheiro do acerto do trabalho foi utilizado para comprar equipamentos de cozinha e atender os primeiros clientes. “Não foi fácil, porque eu não sabia calcular valores, às vezes o bolo ficava grande demais, às vezes sobrava recheio. Eu vivo disso aqui hoje porque eu escolhi. Fácil não foi”, conta.

O custo de produção em confeitaria varia de acordo com a qualidade dos produtos utilizados. Lau só usa insumos de boa qualidade desde o começo da produção, o que deixava os investimentos muito altos e, por sua vez, causava ceticismo no marido.

Choro e trabalho foram precisos até que o companheiro visse os resultados. Embora seja muito mais cansativo que o emprego como vendedora, os lucros hoje também são maiores.

Os bolos são vendidos por valores que ficam entre R$ 58 e R$ 70 o quilo, sempre com pedido mínimo de 1,5 quilo.

Os produtos são comprados em atacados de Umuarama e o responsável pelo estoque é o marido – antes crítico e agora apoiador.

SABOR QUE CONQUISTA

Além da beleza dos bolos (veja fotos no Instagram) o sabor também conquista clientes. O mais famoso é o bolo com massa de chocolate com recheio de ninho com morango e brigadeiro gourmet.

As vendas são feitas por indicação e, claro, pela internet, que é ferramenta essencial para pequenos empreendedores.

O Brasil é o país que mais usa as redes na América Latina. Segundo o relatório Digital in 2019, divulgado pelas empresas We are Social e Hootsuite, 66% dos brasileiros está ativo nas redes sociais, que é onde estão concentradas as vendas da empreendedora.

Antes das fotos de dar água na boca, porém, a produção de um bolo leva ao menos dois dias, da produção da massa até a decoração. E tudo exige traquejo para que os insumos sejam aproveitados da melhor maneira possível e para que o sabor não seja prejudicado.

O esteio do sucesso é a qualidade. Nas redes sociais Lau dividiu uma situação inusitada e destacou a importância da dedicação e do comprometimento com o padrão dos bolos. “Uma cliente pediu um bolo de dois andares, meses antes ela já tinha pedido outro aqui. Eu fiz e quando foi entregar ele desmontou. Fiquei arrasada, até chorei. Separamos o bolo em dois e ela disse para eu não me preocupar”, diz.

Apesar do percalço a mesma cliente fez uma nova encomenda para o aniversário do filho, porque o sabor do bolo foi o diferencial.

AJUDAR OUTRAS A SUBIREM

São quatro pessoas que querem seguir os passos de Lau. As alunas são conhecidas e ex-clientes que se inspiraram na história da boleira e também querem empreender.

“Eu passei muita dificuldade no começo e tem muita gente que sabe fazer, mas não quer ensinar. Às vezes por medo, às vezes porque não quer dividir. Então eu tenho essas alunas para elas não cometerem os erros que eu tinha no começo”, conta.

As encomendas podem ser feitas pelas redes sociais ou diretamente pelo WhatsApp (44) 99896-9941.

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