
Duplicação da PR-323 até rio Ivaí atrai mais investimentos para região de Maringá
20,7 quilômetros entre Paiçandu e Doutor Camargo já estão concluídos


A ansiedade dos moradores de Paiçandu e Doutor Camargo, no noroeste do Estado, que aguardam por uma estrada melhor está mais perto do fim. Duas obras no principal eixo rodoviário da região, a PR-323, serão concluídas ainda neste ano, modernizando o corredor de escoamento da safra e da produção industrial na macrorregião de Maringá.
A construção do viaduto de acesso ao distrito Água Boa e a duplicação de 6,3 quilômetros até o Rio Ivaí complementam a primeira parte da obra, já finalizada, de 20,75 quilômetros de duplicação entre Paiçandu e Doutor Camargo.
Um alívio e tanto para os vizinhos da rodovia. Entre as vantagens, eles destacam a diminuição do tempo para se chegar a Cianorte ou a Maringá; a possibilidade de ultrapassar caminhões e veículos pesados com segurança; e, especialmente, preservar vidas de motoristas e pedestres que precisam circular diariamente por aquela estrada, apelidada por muitos de rodovia da morte.
O governo do Estado diz que a transformação do eixo rodoviário é resultado do investimento de quase R$ 130 milhões. O segmento duplicado inicialmente custou cerca de R$ 90 milhões. Já as ações em andamento somam R$ 38,3 milhões, ambas fruto da parceria com o Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID).
“A PR-323 é um dos maiores eixos rodoviários do Paraná e já deveria ter sido duplicada há muito tempo para ampliar a sua capacidade de trafegabilidade e trazer mais segurança aos motoristas e moradores”, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

Parte significativa dos recursos para a duplicação do primeiro trecho da rodovia foi deixada em caixa pela ex-governadora Cida Borghetti.
O trecho em obras vai do km 174,2 ao km 180,5. Além da duplicação, o projeto prevê a implantação de vias marginais e de um viaduto de acesso a Doutor Camargo. Também faz parte do projeto, retorno entre os quilômetros 178 e o 180, para quem sai de Doutor Camargo e precisa voltar ao município. A velocidade diretriz da rodovia será de 80 km/h.

Novas empresas
Poder público e líderes empresariais já começaram a articulação para atrair novas empresas para a região. A intenção é aproveitar as facilidades da nova ligação com Maringá e Cianorte para fomentar um polo industrial no trecho.
Gerente de um movimentado posto de combustível no acesso de Água Boa, Osvaldo José Miguel é um deles. O complexo que administra ao lado da irmã vai trocar a tímida lanchonete por um imponente restaurante, com capacidade de atender mais de 100 pessoas no almoço e para fornecer marmitas aos motoristas que passam pela estrada.
“Vai aumentar o fluxo da rodovia e, também, o nosso movimento. Com isso podemos pensar em contratar mais funcionários”, afirma o gerente. “Novas empresas e mais serviços serão criados por causa desta duplicação”, disse o garçom Salvador de Souza Silva.
Corredor de produção
A PR-323 é a principal ligação do Noroeste com o Mato Grosso do Sul e países do Mercosul e passa por várias cidades do Estado. A rodovia suporta toda movimentação proveniente do polo têxtil e o escoamento da safra de importantes regiões produtoras paranaenses.
Para o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), Fernando Furiatti, além da questão estratégica no escoamento da produção, esta intervenção também atende à demanda da população, que usa a PR-323 para acessar outros centros do Estado.
“Este é um corredor de extrema importância, seja para escoar a produção até Paranaguá, seja no deslocamento das pessoas. Esse tipo de intervenção aumenta a segurança e reduz muito o índice de acidentes”, ressalta.

Plano estratégico
As obras contam com recursos do Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes do Paraná, uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Além da modernização do corredor Paiçandu/Doutor Camargo, estão em execução as terceiras faixas em pontos críticos da PR-323 entre Doutor Camargo e Iporã, um investimento de R$ 59,4 milhões para atender 24 quilômetros identificados como os que apresentam maior potencial para acidentes.