
Orgulho: Caroline Gonzalez relata a evolução de seus dois filhos autistas
Em celebração ao Dia Mundial de Conscientização sobre o autismo (sábado, 2), OBemdito conversou com Caroline Gonzalez, de 38 anos, […]


Em celebração ao Dia Mundial de Conscientização sobre o autismo (sábado, 2), OBemdito conversou com Caroline Gonzalez, de 38 anos, que é mãe de três crianças – duas delas sendo autistas. Para a mulher, a oportunidade de acompanhar a evolução constante dos filhos é um motivo de orgulho e uma grande oportunidade de amadurecimento.
Caroline é mãe do Benjamin, de 6 anos, com autismo de grau moderado; e da pequena Lana, de quase 5 anos e com autismo leve. A filha mais velha de Caroline, Mikaela, tem 9 anos, porém não é autista. A mãe, que reside atualmente em Umuarama, desconfiou do quadro dos filhos em 2018, porém estava enfrentando um processo de divórcio do marido com quem morava na Irlanda, e só conseguiu retornar ao Brasil com as crianças em dezembro de 2020.
Em janeiro de 2021 ela recebeu o diagnóstico confirmando o autismo. Foi então que a psicóloga Dra. Andressa se comoveu com a história da mãe, e resolveu pagar o tratamento das crianças na clínica Pequeno Planeta, onde elas fazem acompanhamento em meio período desde junho – que custaria em torno de R$ 8 mil por mês.
Evolução das crianças
A rotina das crianças consiste em 7h diárias de terapia e estímulos. De manhã eles estudam na Apae (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) de Umuarama, e de tarde fazem terapia na clínica. De acordo com a mãe, as evoluções tem sido constantes desde que as crianças iniciaram o tratamento.
Benjamin, que ao chegar no país mal falava e não se interessava por outras pessoas, agora já fala muito mais e melhorou muito a socialização e o contato visual. O menino, que tem seu foco em alfabeto, aprendeu a ler sozinho e consegue escrever e desenhar todos os tipos de letras.
Lana, que não conseguia correr, não falava e andava só andava na pontas dos pés, hoje já até dá até pulinhos e iniciou recentemente o processo de desfralde. A menina também está desenvolvendo a comunicação e está cada dia mais esperta.
Muitas pessoas ainda tem preconceito com as instituições de educação especial no Brasil. “A Apae é muito bem estruturada, estou muito feliz com eles na Apae”, disse. “Estou muito feliz que eu ganhei esse tratamento com eles na clínica Pequeno Planeta”.
Situações de intolerância e preconceito
Infelizmente, a mãe já passou por situações complicadas com as crianças. Em uma das ocasiões, uma vizinha chegou a chamar o Conselho Tutelar devido ao barulho na residência. “Quando eu vi a assistente social eu chorei”, confessou. Porém após explicar o caso, a assistente social entendeu a situação.
A mãe também disse que muitas pessoas não entendem e fazem duras críticas ao comportamento de seus filhos. Em uma outra ocasião, uma mulher recomendou que a mãe batesse ou deixasse o filho trancado em casa, só porque o menino estava incomodado com o barulho dos carros. “As pessoas falam algumas coisas que doem”, desabafou.
Caroline acha importante que as pessoas entendam melhor o que é o autismo. Além de desenvolver empatia com pais e pessoas autistas, conhecer melhor sobre o caso ajuda a quebrar alguns preconceitos que pais que recém descobriram ou desconfiam que seus filhos são autistas podem ter. “É muito importante que os estímulos comecem muito cedo, vai ser muito importante no futuro dessas crianças”, conclui a moradora.
