Redação Publisher do OBemdito

Paranaense se torna a primeira pessoa com tetraparesia no Brasil a se formar em Medicina

A paranaense Elaine Luzia dos Santos, de 33 anos, mostrou que não há barreiras que a impeçam de alcançar seus […]

Foto: ACS Unioeste e Arquivo Pessoal
Paranaense se torna a primeira pessoa com tetraparesia no Brasil a se formar em Medicina
Redação - OBemdito
Publicado em 26 de abril de 2022 às 12h05 - Modificado em 22 de maio de 2025 às 08h13

A paranaense Elaine Luzia dos Santos, de 33 anos, mostrou que não há barreiras que a impeçam de alcançar seus objetivos na vida. Ela, que perdeu todos os movimentos e capacidade de fala após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), se tornou a primeira pessoa no Brasil a cursar e se formar em Medicina.

Elaine foi aprovada no vestibular da Unioeste e ingressou no curso de Medicina em Cascavel no ano de 2012, mesmo já sendo formada pela instituição no curso de Farmácia. Porém, em novembro de 2014 a paranaense foi acometida pelo AVC, que lhe tirou as funções dos quatro membros e sua habilidade de fala.

Apesar dos problemas, Elaine nunca desistiu de seus objetivos e conseguiu se formar na instituição. Foi praticamente se comunicando com professores e outros alunos através de olhares que a jovem conseguiu seu diploma tão desejado.

Utilizando uma ferramenta chamada ‘Prancha Alfabética’, introduzida por um colega de turma, Elaine conseguiu estabelecer a comunicação necessária para prosseguir com as aulas sem utilizar a fala. A ferramenta é basicamente uma tabela com algumas colunas e linhas contendo letras, que podem formar palavras conforme a jovem pisca, e sua intérprete transcreve as palavras e frases.

Força para seguir adiante

De acordo com Ivã José de Paula, do Programa de Educação Especial (PEE) da Unioeste, a conquista só foi possível devido ao esforço e dedicação de Elaine em prosseguir na graduação. Foi com essa dedicação que ela conseguiu convencer ao corpo docente e os alunos da sua capacidade.

“Fizemos algumas reuniões com o colegiado e mostramos que ela tinha condições de concluir esse curso. A dedicação dela mostrou que era possível, inclusive convenceu a todos os docentes e os alunos do curso que é possível”, relatou o membro do PEE.

Segundo o professor e doutor do curso de Medicina, Allan Araujo, “Existe uma legislação própria para alunos em condições especiais. A Elaine, por exemplo, não tinha condições de fazer um procedimento em um paciente, mas ela possui total capacidade de descrevê-lo. E as avaliações dela sempre foram muito boas, o aproveitamento foi muito satisfatório durante toda a graduação”.

Futuro

A cerimônia de colação de grau de Elaine aconteceu em março deste ano, e a recém formada já sabe em qual área quer atuar: Radiologia, emitindo laudos médicos. “É uma área na qual eu posso atuar usando todo o meu conhecimento sem depender tanto das pessoas”, disse a jovem.

(Redação, com informações GMC Online)

Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias do OBemdito em primeira mão.

Mais lidas