Marcos de Oliveira Publisher do OBemdito

Solidariedade ajuda moradores de rua a enfrentar as noites geladas de Umuarama

Com as temperaturas em queda, as pessoas em situação de rua passaram a receber atenção redobrada dos agentes públicos e […]

Solidariedade ajuda moradores de rua a enfrentar as noites geladas de Umuarama
Marcos de Oliveira - OBemdito
Publicado em 22 de maio de 2022 às 16h14 - Modificado em 22 de maio de 2025 às 06h25

Com as temperaturas em queda, as pessoas em situação de rua passaram a receber atenção redobrada dos agentes públicos e das instituições assistenciais. No inverno, as madrugadas de frio severo castigam e podem levar até a morte quem vive sem um teto para morar.

É nessa hora que entram em ação as instituições que formam uma rede voluntária de ajuda, oferecendo desde cobertores, abrigo e refeições para quem vive ou está em situação de rua. Além do tempo seco e frio, eles têm que enfrentar o vento e a chuva, muitas vezes sem agasalhos ou cobertos, usando apenas jornais e sacos de lixo improvisados.

A Associação de Apoio à Promoção Profissional (Apromo), fundada em 1991, é o principal centro de acolhimento de pessoas em Umuarama. Nas duas unidades, os 68 leitos estão esgotados, desde a chegada dos dias frios. As pessoas procuram o abrigo espontaneamente e outras são trazidas pelo Centro Pop, que faz a abordagem nas ruas e uma triagem para depois encaminhá-los ao acolhimento.

Pedimos apoio à comunidade por meio da doação de roupas de frio masculinas, cobertas e alimentos

júnior lopes, presidente da apromo

“Estamos buscando aumentar nossa capacidade de atendimento para acolher mais pessoas, por isso pedimos apoio à comunidade por meio da doação de roupas de frio masculinas, cobertas e alimentos”, enfatizou o presidente da Apromo, Júnior Lopes.

Júnior explica que o tempo de permanência na instituição é de até 6 meses. O tempo é considerado ideal para a pessoa se reestruturar tanto financeiramente como emocionalmente. A Apromo conta com uma rede psicossocial de profissionais para ouvir os acolhidos e ajuda-los na reintegração social.

“Aqui, nós recebemos pessoas em situação de rua e moradores de rua, uma coisa é diferente da outra. Tem pessoas que perderam o emprego, mudaram de cidade ou até mesmo ficaram fora de casa por conta de catástrofes. Nesse caso, eles procuram o abrigo para ficar temporariamente”, explica Júnior Lopes, presidente da Apromo.

Além do atendimento profissional especializado, os acolhidos ganham quatro refeições diárias e têm direito a consulta médica e odontológica. Isso tudo sem contar o serviço de higiene de cama, mesa e banho. “Também realizamos o encaminhamento para o mercado de trabalho e, se necessário, para a rede pública de saúde”, acrescenta Júnior.

A Apromo funciona para visitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h e aos sábados, das 8h às 12h e quem quiser colaborar com a entidade pode fazer doações de roupas, calçados, alimentos, produtos de higiene.

Os itens podem ser levados para a sede da Associação, localizada na Rua Montevidéu, 4674, Conjunto Guarani III. As doações também podem ser depositadas diretamente na conta da Apromo: agência 0570 e conta 100428-4, Operação: 003, Caixa Econômica Federal (CEF), PIX contato@apromo.org.br. Informações pelo telefone (44) 3622- 6441.

“Quando eu posso ajudar alguém eu me sinto muito feliz”

DoNA maria da sopa,

Refeições diárias
O caminhar é lento, mas a fala e o olhar demonstram toda ternura e carinho pelo semelhante. Aos 87 anos, Dona Maria da Sopa, como ficou conhecida, prepara marmitas que distribui todos os dias para trabalhadores, moradores e pessoas que vivem em situação de rua. Um trabalho de solidariedade que lhe rendeu o reconhecimento público neste ano com o título de Cidadã Honorária de Umuarama.

Todos os dias são servidas uma média de 110 refeições por dia. No período da Pandemia chegaram a preparar 180 marmitas. Os alimentos vêm de doações da comunidade e o preparo das refeições envolve outras voluntárias. Tudo é feito com muito amor e carinho na sede da Associação Vida e Solidariedade, que fica na Rua Jorge Carlos Jardim, no Parque Industrial. Antes, dona Maria cozinhava em casa e comprava os ingredientes da sopa com o próprio dinheiro da aposentadoria.

“Quando eu posso ajudar alguém eu me sinto muito feliz. Queria poder fazer mais para as pessoas, principalmente nesses dias frios. Já tirei cobertor que eu tenho para dar para uma criança que se queixava de frio. Não consigo ver uma situação dessas e ficar de braços cruzados”, conta dona Maria.

Além de servir a sopa, na Associação Vida e Solidariedade os moradores podem frequentar cursos e oficinas gratuitas de bordado, pintura, crochê e informática. A produção dos alunos é comercializada em bazar para arrecadar fundos e ajudar nas despesas da associação. “Aqui a gente não ganha nada, mas recebe muitas bênçãos na vida que estão muito além de qualquer valor em dinheiro”, finaliza Dona Maria.

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