Graça Milanez Publisher do OBemdito

‘Confidentes com alma’, amigurumis se tornam fonte de renda para Valéria, apaixonada por crochê

A umuaramense largou o emprego formal para se dedicar às agulhas e linhas coloridas; resultado é encantador.

Valéria e suas ‘crias’: amigurumi proporciona “emprego prazeroso” (FOTO: DANILO MARTINS/OBEMDITO)
‘Confidentes com alma’, amigurumis se tornam fonte de renda para Valéria, apaixonada por crochê
Graça Milanez - OBemdito
Publicado em 10 de julho de 2022 às 11h40 - Modificado em 22 de maio de 2025 às 03h08

Em seu Instagran, ela diz que seu sonho é empreender. Pelo visto, já concretizou. Valéria Santana, 24 anos, era vendedora no comércio de Umuarama. Em função do seu outro sonho, o de ser mãe, optou por deixar o emprego formal e assim poder dar mais atenção à filhinha Beatriz. A decisão não foi impensada: se demitiu porque tinha, na manga, outro jeito de garantir um salário no final do mês.

Com talento para o crochê, Valéria começou a se dedicar à arte japonesa amigurumi e fazer ‘amiguinhos’ para crianças, ou seja, bonecos, animais e outros personagens fofos, em miniatura, que têm na ludicidade seu ponto forte. No seu ateliê Candy Bee, ela produz dezenas por mês. As receitas, consegue em revistas do gênero e na internet, que tem aos milhares.

Seu portifólio reúne um zoológico inteiro: tem leão, girafa, urso [o mais vendido]; tem dinossauro, bem verdinho; tem conjuntos, como fazendinha com vaca, cavalo e porco; e presépio, com José, Maria e o menino Jesus, rodeados pelos bichinhos típicos da cena natalina.

Santinhas e santinhos fazem parte da trupe, assim como personagens de desenho animado, como a pantera cor-de-rosa, xerife Wood e o astronauta Buzz [de Toy Story] e Harry Potter. E faz também chaveirinhos.

Ela dispõe para pronta entrega, mas atende basicamente por encomenda; vende no porta a porta e principalmente pela internet. “Estou muito empolgada e cheia de esperança, porque tenho conseguido alcançar minhas metas”, diz a crocheteira.

E afirma que o trabalho é prazeroso: “Além de ser rentável financeiramente e da comodidade de trabalhar em casa, é um emprego que me proporciona um prazer enorme, já que cada amiguinho que faço, mesmo seguindo modelo padrão, torna-se peça única, delicada, linda. Isso é recompensador”.

A maioria das crianças adota o amiguinho como ‘naninha’ e por isso Valéria se preocupa com o material que usa para a confecção: linha 100% algodão e tecido [dos detalhes] também, 100% algodão. Os preços variam de R$ 40 a 120 reais, dependendo do tamanho e do modelo.

Valéria, que é natural de Pérola e mora em Umuarama há três anos, aprendeu a fazer crochê e amigurumi pouco antes. “Quando trabalhava no comércio eu fazia para ter uma renda extra; nessa fase, conquistei clientes e uma boa experiência, o que me deu segurança para abrir o ateliê”, conta, enaltecendo o poder da internet. “Temos que reconhecer que é muito prestativa”, arremata.

Amigurumi… saiba mais

Na conjugação das palavras japonesas ‘ami’ [malha] e ‘nuigurumi’ [bicho de pelúcia] nasce outra: ‘amigurumi’, arte milenar de produzir, com técnicas de tricô, bonecos feitos em formato geométrico [esferas].

Mas não é só. Segundo a tradição japonesa, os amigurumis possuem alma, que os convertem em um companheiro e confidente para o seu dono, proporcionando proteção e consolo. Para a criança eles podem representar símbolos de amizade, cumplicidade e companhia e servem de apoio para o seu desenvolvimento afetivo.

Historicamente, devem ser confeccionados sem boca, porque a ideia é espelhar as emoções que o dono [a criança] sente no momento em que brinca com ele, já que é um companheiro e com ele poderá compartilhar sua alegria ou tristeza.

Para falar com a Valéria e fazer encomendas, clique aqui.

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