
Greve dos funcionários da saúde já afeta atendimento em dois hospitais de Umuarama
Direções dos hospitais Norospar e Nossa Senhora Aparecida dizem que sindicato está sendo inflexível


Iniciada na última terça-feira (12), a greve dos trabalhadores da saúde em Umuarama chega ao terceiro dia e, mesmo com pequena adesão, já começa a causar efeitos no atendimento aos pacientes nos hospitais Norospar e Nossa Senhora Aparecida.
Os estabelecimentos afirmam que já vinham trabalhando no limite e que com a falta dos poucos profissionais que decidiram parar por reajuste salarial, a situação começa a se complicar, com a sobrecarga de tarefas daqueles que seguem em atividade.
A direção dos hospitais informou que considera justo o aumento salarial reivindicado pelos profissionais, mas que os estabelecimentos não têm condições, neste momento, de conceder todo o índice reivindicado.
De acordo com os diretores, todos os preços de remédios e demais insumos tiveram preços elevados durante a pandemia, e a situação ainda está longe de ser normalizada.
Como exemplo, citam a ampola de dipirona, que no início de 2020 custava R$ 0,70 e hoje não é encontrada por menos de R$ 7. Durante alguns meses o medicamento chegou a passar de R$ 10.
Além disso, afirmam, não têm conseguido fechar as contas no fim do mês, porque 95% dos serviços prestados são pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que não eleva os repasses aos níveis necessários para equilibrar as finanças.
Faltas comprometem
Ainda segundo as duas direções, que têm se manifestado em conjunto por meio da assessoria de imprensa, a falta de um único funcionário acarreta danos ao atendimento porque os quadros já convivem com eventos geradores de atestados.
Para os hospitais, o sindicato dos trabalhadores tem sido inflexível nas negociações e vem descumprido algumas normas do direito à greve.
Débora Cristiane Rankel, presidente do Sindicato dos Empregos em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Umuarama e Região (Seessu), nega a inflexibilidade e diz que o órgão está sempre aberto ao diálogo.
Trabalhadores pedem 12,2% de reajuste
Segundo Rankel, a decisão da greve foi tomada durante assembleia realizada no último dia 27 de junho.
O Seessu deixou em aberto um prazo para negociações até a sexta-feira (8) da semana passada, porém somente o Hospital Cemil entrou em acordo. Neste hospital a situação segue normalizada.
A categoria pede reajuste de 12,2% (baseado no INPC) e a Fehospar oferece 10%. A classe diz que aceita 10% de reajuste imediato (retroativo a maio) e os outros 2% em janeiro de 2023.
O sindicato informa que há trabalhadores da Uopeccan na paralisação. O estabelecimento informa que o serviço não está sendo afetado no local.
Somente em Umuarama são entre 1.500 e 2.000 trabalhadores da saúde. Uma maior adesão ao movimento grevista poderia gerar danos gigantescos no atendimento à população.
Os servidores municipais lotados nas unidades básicas de saúde e outros estabelecimentos geridos pela Prefeitura não têm ligação com o Sindicato e, portanto, não têm nenhum servidor na paralisação.