
Artesã de Umuarama descobre em laços e tiaras para bebês uma boa fonte de renda
Há dois anos ela trabalha seis horas por dia em meio a laços e fitas, literalmente. Mas também fazem parte […]


Há dois anos ela trabalha seis horas por dia em meio a laços e fitas, literalmente. Mas também fazem parte do cenário pedrarias, apliques e outros enfeites coloridos e delicados.
Ana Paula Orzacg, 37 anos, esposa e mãe de três filhos, decidiu se dedicar à confecção de faixas, laços, tiaras e presilhas para bebês porque percebeu que as mamães não resistem ao charme que esses acessórios acrescentam ao look das meninas. Viu que têm mercado garantido e partiu para a ação.
A motivação veio de dois fatos nada positivos, ocorridos durante a pandemia. A artesã tinha um escritório que prestava serviço para quem queria recorrer de multas de trânsito, mas teve que fechar; e o marido, que era cobrador, perdeu o emprego.
Na sequência ela engravidou e, quando soube que era uma menina, encomendou dois laços para o enxoval. Mas quando foi pagar, ficou apavorada: achou muito caro [afinal, estava sem renda]. Deu um jeito, pagou, mas prometeu que faria ela mesma os próximos laços para a filha que estava a caminho. E fez.

Logo que a nenê nasceu acabou sendo a garota propaganda da microempresa, que recebeu o nome dela: ‘Laços da Júlia’.
“Eu colocava na cabecinha da Júlia para passear e muitas mães, quando viam, elogiavam e perguntavam onde eu tinha comprado; ao responder que eu fiz, vinha outra pergunta: ‘se eu fazia para vender’. Assim, percebi que teria clientela se investisse na ideia”, conta Ana Paula, mostrando seu espaço de trabalho, um quartinho nos fundos da casa.
Tudo o que faz – cerca de três mil por mês – vende pelo Instagram, com entrega gratuita, em sacolinha personalizada, e no atacado, para uma loja de Marechal Cândido Rondon. Os preços variam de R$ 12 a R$ 30, que asseguram remuneração média de R$ 3 mil reais/mês.
Para compor os modelos, ela diz que “pega ideias no YouTube”. No entanto, confirma que dá para todos um toque especial, para imprimir autenticidade: “Tenho habilidade, feeling para isso; procuro mesclar enfeites, combinando um a um, para que a peça fique graciosa e confortável para os bebês”.
Também diz que tem o cuidado para confeccionar com material de boa qualidade, para que sejam duráveis e suaves, e capricha no acabamento. “Assim, as mães voltam a comprar”, orgulha-se a mãe da Júlia [e de um menino de 10 anos e um moço de 21].


Compartilhar o que sabe
Além de se desdobrar para atender as encomendas, Ana Paula precisa dividir seu tempo diário com os afazeres da casa e os cuidados da filha [por isso cumpre seu expediente de madrugada]. Porém, quer mais.
Ela anda tão animada que já está comprando ferramentas para ministrar cursos on-line [via YouTube] sobre confecção de laços. Diz que quer oferecer oportunidade para quem deseja aprender a arte. “Umuarama tem muitas laceiras, mas nenhuma ensina”, conta.
Com certeza, sua boa fluência verbal vai ajudar: “Tenho bastante conhecimento e facilidade para explicar, por isso quero compartilhar tudo o que aprendi com outras artesãs e na prática”.
Atenção especial
Estética não é tudo, é preciso cautela. Com relação ao uso de faixas, laços e outros acessórios em bebê, pediatras pedem para que as mães tomem alguns cuidados. Caso ele, o bebê, se sinta desconfortável, é melhor deixá-lo sem.
A faixa, no caso, não pode marcar a cabecinha dele. A dica é colocá-la por 15 minutos e tirar. Se ficar vermelha, não deve ser recolocada.
Ao comprar, as mães devem escolher as peças feitas em tecidos com toque suave e que não causem alergia. Elas também não devem deixar que a criança durma ou brinque com o acessório.