Graça Milanez Publisher do OBemdito

Artesã de Umuarama descobre em laços e tiaras para bebês uma boa fonte de renda

Há dois anos ela trabalha seis horas por dia em meio a laços e fitas, literalmente. Mas também fazem parte […]

Ana Paula em seu ateliê, montado num quartinho nos fundos da casa: “Eu amo esse trabalho; estou muito feliz”
Artesã de Umuarama descobre em laços e tiaras para bebês uma boa fonte de renda
Graça Milanez - OBemdito
Publicado em 1 de agosto de 2022 às 20h45 - Modificado em 22 de maio de 2025 às 01h50

Há dois anos ela trabalha seis horas por dia em meio a laços e fitas, literalmente. Mas também fazem parte do cenário pedrarias, apliques e outros enfeites coloridos e delicados.

Ana Paula Orzacg, 37 anos, esposa e mãe de três filhos, decidiu se dedicar à confecção de faixas, laços, tiaras e presilhas para bebês porque percebeu que as mamães não resistem ao charme que esses acessórios acrescentam ao look das meninas. Viu que têm mercado garantido e partiu para a ação.

A motivação veio de dois fatos nada positivos, ocorridos durante a pandemia. A artesã tinha um escritório que prestava serviço para quem queria recorrer de multas de trânsito, mas teve que fechar; e o marido, que era cobrador, perdeu o emprego.

Na sequência ela engravidou e, quando soube que era uma menina, encomendou dois laços para o enxoval. Mas quando foi pagar, ficou apavorada: achou muito caro [afinal, estava sem renda]. Deu um jeito, pagou, mas prometeu que faria ela mesma os próximos laços para a filha que estava a caminho. E fez.

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Logo que a nenê nasceu acabou sendo a garota propaganda da microempresa, que recebeu o nome dela: ‘Laços da Júlia’.

“Eu colocava na cabecinha da Júlia para passear e muitas mães, quando viam, elogiavam e perguntavam onde eu tinha comprado; ao responder que eu fiz, vinha outra pergunta: ‘se eu fazia para vender’. Assim, percebi que teria clientela se investisse na ideia”, conta Ana Paula, mostrando seu espaço de trabalho, um quartinho nos fundos da casa.

Tudo o que faz – cerca de três mil por mês – vende pelo Instagram, com entrega gratuita, em sacolinha personalizada, e no atacado, para uma loja de Marechal Cândido Rondon. Os preços variam de R$ 12 a R$ 30, que asseguram remuneração média de R$ 3 mil reais/mês.

Para compor os modelos, ela diz que “pega ideias no YouTube”. No entanto, confirma que dá para todos um toque especial, para imprimir autenticidade: “Tenho habilidade, feeling para isso; procuro mesclar enfeites, combinando um a um, para que a peça fique graciosa e confortável para os bebês”.

Também diz que tem o cuidado para confeccionar com material de boa qualidade, para que sejam duráveis e suaves, e capricha no acabamento. “Assim, as mães voltam a comprar”, orgulha-se a mãe da Júlia [e de um menino de 10 anos e um moço de 21].

De preferência nas madrugadas, Ana Paula dedica cerca de seis horas à arte de confeccionar laços e faixas

Compartilhar o que sabe

Além de se desdobrar para atender as encomendas, Ana Paula precisa dividir seu tempo diário com os afazeres da casa e os cuidados da filha [por isso cumpre seu expediente de madrugada]. Porém, quer mais.

Ela anda tão animada que já está comprando ferramentas para ministrar cursos on-line [via YouTube] sobre confecção de laços. Diz que quer oferecer oportunidade para quem deseja aprender a arte. “Umuarama tem muitas laceiras, mas nenhuma ensina”, conta.

Com certeza, sua boa fluência verbal vai ajudar: “Tenho bastante conhecimento e facilidade para explicar, por isso quero compartilhar tudo o que aprendi com outras artesãs e na prática”.

Atenção especial

Estética não é tudo, é preciso cautela. Com relação ao uso de faixas, laços e outros acessórios em bebê, pediatras pedem para que as mães tomem alguns cuidados. Caso ele, o bebê, se sinta desconfortável, é melhor deixá-lo sem.

A faixa, no caso, não pode marcar a cabecinha dele. A dica é colocá-la por 15 minutos e tirar. Se ficar vermelha, não deve ser recolocada.

Ao comprar, as mães devem escolher as peças feitas em tecidos com toque suave e que não causem alergia. Elas também não devem deixar que a criança durma ou brinque com o acessório.

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