
Paixão pela corrida de rua se tornou um bom negócio para professor de educação física
Alexandre Alves presta assessoria nessa que é uma modalidade esportiva relativamente simples, mas que faz um “bem enorme para a saúde”


Há quem diga que não tem sentido sair por aí correndo, mas quem corre, por esporte, jura que é extremamente prazeroso e dificilmente desiste. Pesquisas do Ministério do Esporte confirmam que só cresce o número de adeptos no Brasil: são cerca de 10 milhões buscando melhoria da qualidade de vida nessa vibe.
Umuarama não foge à regra: tem sido cada vez mais comum ver corredores pelas ruas e bosques da cidade, todos os dias, fato que inspirou o profissional de educação física Alexandre Alves a criar uma empresa de assessoria de corrida.

A ‘Amigos que Correm’, fundada em 2017, tem cerca de 80 clientes, de 8 a 72 anos de idade, de diferentes bairros de Umuarama. Divididos em turmas, eles treinam, com orientação meticulosa de Alexandre, em vários locais da cidade.
Segundo ele, a prática de corrida tem suas técnicas e segui-las, fielmente, é imprescindível para evitar lesões e a redução de impacto nas articulações. “Quem tem interesse em aderir a esse esporte precisa saber disso”, argumenta Alexandre, que é ultramaratonista e tem 15 anos de experiência em corrida.
“Fomos feitos para correr”, observa o treinador, citando o tempo das cavernas, quando o homem vivia da caça. “Mas, com a evolução dos meios materiais, fomos ficando sedentários e desaprendendo”, atenta. “Engana-se quem acha que sabe; correr exige o aprendizado de uma série de exercícios e táticas que vão garantir a performance desejada”.

E é neste ponto que entra o trabalho dele: “Resolvi me dedicar a essa área da educação física porque, acima de tudo, amo correr; depois, porque há muita gente em Umuarama correndo, gente entusiasmada, mas que precisa de orientação, o que me fez ver a oportunidade de apostar nesse nicho de mercado”.
Tanto que desistiu de ser bombeiro comunitário e entrou de cabeça no negócio. Fora de Umuarama, assessora um grupo em Iporã, com 12 integrantes, uma vez por semana; e, pela internet, treina corredores em Cruzeiro do Oeste, Xambrê, Palotina, Florianópolis e São Paulo.
No atendimento on-line, ele conta com o apoio da esposa, a profissional de educação física Carina Alves, que atua na prescrição de treinamento por meio de aplicativo de corrida, enviando planilhas, e na avaliação física trimestral, que é um indicador da evolução do condicionamento cardiorrespiratório.

No momento, Alexandre também está concentrado em treinos intensivos com sete umuaramenses que pretendem competir na Maratona de Foz do Iguaçu, em 25 de setembro. Lá, são 42 quilômetros de prova.
Por que é bom correr?
“Lazer que gera saúde” é a resposta mais rápida que Alexandre dá à pergunta. Ele diz que a modalidade tem custo baixo e permite convívio social sadio, além de ser ótima para extravasar o estresse, o grande mal do nosso dia a dia.
Segundo ele, é importante destacar que a corrida é um dos melhores estimuladores de liberação dos chamados hormônios da felicidade [endorfina e dopamina] na nossa corrente sanguínea, ou seja, ajuda a preservar, também, a saúde mental.

O coração também agradece. “Quanto mais ativos somos, menores são as chances de incidência de cardiopatias, isso porque o exercício físico habilita diferentes mecanismos que são responsáveis pela proteção do coração. E o sedentarismo é fator de risco em grande parte dos casos de doença cardiovasculares”, alerta o treinador.
A cliente e a assistente
Sedentária, diabética, não conseguia correr nem 100 metros. Assim Nida Bercelini, 58 anos, se apresenta à reportagem. Ela é cliente da ‘Amigos que Correm’ há 1 ano e meio. Diz estar amando. “Comecei com caminhada, depois passei a correr; estou muito feliz, porque corrida é prazerosa… a gente pega gosto, mesmo! Até já subi de nível”, comemora. Ela treina às terças e quintas-feiras.
Maria Aparecida dos Santos, 21 anos, estudante de educação física, é assistente do treinador Alexandre. Começou estagiar na empresa este ano porque quer seguir carreira na área. “Faço aqui um estágio não obrigatório, que me permite aprender mais sobre esse esporte, acompanhando os treinos e realizando as tarefas de informática”, conta.