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Umuarama: Bruno Camargo é candidato a deputado federal pelo Partido Democrático Trabalhista

Formado em Relações Internacionais e Integração pela Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila), Bruno Camargo tem 27 anos e […]

O deputado federal Gustavo Fruet e o candidato Bruno Camargo | Foto: Assessoria
Umuarama: Bruno Camargo é candidato a deputado federal pelo Partido Democrático Trabalhista
Redação - OBemdito
Publicado em 6 de setembro de 2022 às 15h13 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 23h46

Formado em Relações Internacionais e Integração pela Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila), Bruno Camargo tem 27 anos e se apresenta como opção jovem e representativa na política do Noroeste e Oeste do Paraná. Sob a chancela do PDT, partido do trabalhismo de Leonel Brizola, Bruno une a intelectualidade e o compromisso com o trabalhador paranaense.

Nascido em Foz do Iguaçu, cidade mundialmente famosa pelas Cataratas, chegou em Umuarama aos 22 dias de vida, no colo da mãe, a comunicadora, radialista e professora Telma Camargo. A mãe solo o criou superando desafios.

Verdade, proximidade e amizade fizeram desta parceria o grande diferencial na construção de seu caráter, que Bruno costuma definir como “desafiador, sensível, resistente e resiliente”. Da mãe Bruno herdou a comunicação fácil, articulada, bem como o amor pela educação, pois também se tornou professor, ministrando aulas na área de Ciências Políticas na própria universidade em que se formou em 2019.

A opção pelas Ciências Políticas aconteceu cedo, aos 14 anos, quando começou a cursar o ensino médio. Em 2014 realizou o sonho de entrar para uma universidade federal. Retornar para a cidade natal aos 17 anos para cursar a universidade almejada foi de extrema importância na consolidação de uma militância que já ocorria desde criança, dentro dos movimentos estudantis em Umuarama. Mas foi a consciência natural e genuína de sua negritude que o tornou ativista e líder dentro e fora da academia.

ONG Zumbi & Dandara

O plano pós-formatura era um mestrado em Diplomacia na Espanha. A pandemia e o destino, entretanto, o trouxeram de volta. O retorno para Umuarama proporcionou um encontro com Zumbi dos Palmares e Dandara através de um coletivo, na época presidido pela ativista negra umuaramense Ingrid Alves, que até então organizava a comunidade negra em torno de eventos culturais.

Bruno sentiu a necessidade de transmitir parte do conhecimento adquirido na universidade para a comunidade onde cresceu.

“Eu sempre me imaginei como um acadêmico orgânico à minha comunidade, minha periferia e que de alguma forma eu devia a esta comunidade parte do que eu recebi e o privilégio que foi estar dentro de uma universidade federal”, diz Bruno em relação ao quanto é grato por sua própria trajetória.

O objetivo de retribuir à comunidade e o retorno à cidade, ao bairro onde cresceu, fez com que acontecesse a união à causa de Ingrid. As primeiras ações concretas foram a participação na Comissão Permanente de Verificação Étnico-Racial do Núcleo Regional de Educação de Umuarama e as palestras antirracistas em algumas escolas municipais e estaduais por ocasião de datas especiais, como por exemplo 20 de novembro, aniversário de Zumbi dos Palmares, data que se tornou oficialmente no Brasil “Dia da Consciência Negra”.

A parceria de Ingrid trouxe uma nova roupagem para o coletivo, que se tornou a primeira Organização Não Governamental (ONG) de Umuarama voltada para os interesses das pessoas negras e periféricas da cidade. Já sob a gestão de Bruno, nasce então a fundação Zumbi & Dandara, que começou como coletivo e se transformou em uma organização não governamental, que cuida dos interesses sociais, culturais, educacionais e jurídicos relacionados às questões raciais.

Atualmente a fundação é um elemento cultural e social de extrema importância no processo de inclusão e de posicionamento da comunidade negra e periférica da cidade e vem desenvolvendo o trabalho de forma simples, porém ininterrupto. Um exemplo é a participação e a promoção de feiras em que profissionais e artistas negros apresentam seus trabalhos gerando renda e dignidade.

Coordena eventos artísticos como “A Batalha das Ideias” – literalmente -, encontros entre MCs que improvisam rimas em uma espécie de ‘duelo’ (como acontece com os repentistas da cultura nordestina). Esse duelo acontece à capela, através do beatbox ou com o auxílio de um DJ soltando o beat (a batida que será usada para os MCs criarem as rimas).

As rimas empregam a poesia reflexiva comum ao Rap, que pertence ao movimento hip hop, produto cultural fruto da periferia, da negritude, do cotidiano das comunidades periféricas e sua gente. Portanto, de acordo com Bruno, promover as “batalhas” através da ONG e fazer esses eventos acontecerem no centro da cidade em espaços para além dos espaços periféricos faz muito mais do que revelar os talentos locais.

Torna a cultura periférica um elemento de livre expressão quebrando paradigmas e preconceitos geradores de violência e exclusão.

A MILITÂNCIA POLÍTICA E O PDT

A filiação de Bruno Camargo ao PDT aconteceu cedo, aos 16 anos. Assim que tirou o título de eleitor sentiu pulsar um partidarismo que atravessou gerações, pois a mãe, também pedetista, é filiada desde 1989, quando votou pela primeira vez. Portanto, a consciência e militância política de Bruno foram construídas dentro do trabalhismo pedestista.

Apaixonado e seguidor dos princípios ativistas, dos direitos humanos e antirracistas de Abdias do Nascimento, das teorias não separatistas de Darcy Ribeiro e do legado de Leonel Brizola, vê nos fundadores de seu partido a inspiração necessária para seguir em frente defendendo, numa luta constante, classes que incluem pobres, pretos e outras minorias, a fim de que elas ocupem seus espaços de direito e tenham garantido seu lugar de voz.

Em sua passagem por Foz do Iguaçu fez parte da liderança da Juventude Socialista, um braço importante do partido. Ao retornar a Umuarama, notou que o partido precisava ser reestruturado. Necessitava, sobretudo, de uma liderança local disposta a posicionar novamente o partido dentro do cenário político da cidade. Após algumas reuniões com correligionários umuaramenses e líderes do partido regionais e estaduais, foi cogitado para assumir a presidência local do partido.

Tal possibilidade o levou a buscar novas filiações e adesões importantes, como o da ex-petista Lohayny Teixeira (atualmente vice-presidente do PDT). Sentiu ser possível reativar a força trabalhista do PDT no município. Assumiu a presidência, tendo Lohayny como vice e uma chapa reunindo jovens e veteranos.

A junção conferiu à direção do partido a experiência e a pujança necessárias para que o partido assumisse o protagonismo peculiar, que faz deste um dos maiores partidos no cenário político nacional.

Bruno considera sua candidatura uma candidatura de base, nascida dentro do partido e baseada nesta mesma estrutura partidária que defende uma sociedade democrática.

PROPOSTAS PARA O MANDATO

O intitulado “Projeto Desenvolvimentista Comunitário” apresenta as principais propostas para um possível mandato e estão pautadas no desenvolvimento e fortalecimento das comunidades periféricas.

1. Comunidades Industriais: Baseia-se em um pacto industrial com as comunidades periféricas do Paraná, visando construir pátios industriais levando infraestrutura e absorção da mão de obra como a força motriz de geração de emprego e bem-estar social.

 2. Periferia pede paz, lazer e cultura:

a) O Terceiro Setor como ponto de transformação da comunidade negra e periférica do Paraná. Como segunda proposta e eixo do programa, demonstra ser necessário ir para além do setor industrial, fomentando, construindo e prestando apoio para ONGs que prestem serviços à comunidade, tais como acompanhamento psicológico, educação integral, oficinas de arte e cultura.

b)  Criação da “Biblioteca Caó”: nasce de um sonho de politizar a periferia. Trata-se de um projeto que disponibilizará um acervo de conhecimento acessível para as regiões periféricas. Uma biblioteca comunitária cujo foco é a instrução político-cidadã da comunidade.

c) A construção de Quilombos Urbanos, um lugar em que haja meios para a comunidade negra se encontrar e se desenvolver politicamente. Um lugar onde a cultura possa ser celebrada, onde a liberdade possa ser reivindicada, onde haja uma rede de apoio econômico entre os produtores negros. Em outras palavras, os quilombos urbanos são uma parte do projeto que visa “determinar o nosso próprio destino”. 

3. Rede Comunitária: Baseia-se no fomento do micro e do pequeno empresário presente na periferia, visando a geração de emprego e circulação de capital, pois acreditamos que a construção de uma rede através do pacto industrial e o apoio do poder público têm a capacidade transformacional na estrutura socioeconômica na construção das comunidades. É necessário devolver essa população, sua base produtiva e crescimento orgânico.

4. Moradia: Sabemos que uma moradia digna é um direito. Dito isso, como proposta visamos a construção de complexos habitacionais novos, regulamentação das ocupações e uma linha de crédito para os líderes comunitários de cada ocupação.

(Reportagem: Assessoria)

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