Umuarama tem cerca de 10 mil famílias à espera da casa própria

O Brasil todo fala hoje do bicentenário da Independência. Todos, à sua maneira e sob a ótica de cada um, discorrem sobre o significado de independência, qual a sua importância na rotina das pessoas. Portugal, a pátria mãe, pouco será lembrado.

Assim como aqueles que há mais de 200 anos já lutavam para que o Brasil fosse uma terra livre, sem o domínio português, também nem sequer serão mencionados.

Mesmo os que deram sua vida para poder escolher uma forma de viver que não fosse aquela ditada por uma corte de além-mar que, de Lisboa, estabelecia as normas que subjugava uma nação florescente, que surgia na base da miscigenação de uma população que já se mostrava indignada contra a tirania dos poderosos.

Umuarama, com 67 anos, é um dos 5.568 municípios que compõem o quadro dos 26 estados, além do Distrito Federal, que fazem do Brasil um dos maiores países do mundo. A exemplo das demais cidades e regiões, as brasileiras e brasileiros de Umuarama enfrentam os mesmos problemas de ordem econômica e social, agravados, aqui entre nós, em alguns momentos de sua trajetória, por solavancos políticos administrativos. 

Este seria um momento adequado para discorrer sobre as sequelas dos desvios de conduta de algumas ditas lideranças, que usam o lado ruim da política e que pululam por aqui e por todos os cantos do Brasil.

Porém, assim com ocorreram em outras oportunidades em que o povo desta cidade se defrontou com as adversidades provocadas pelo próprio homem, ou mesmo quando vitimado pelas agruras provocadas por tragédias ambientais e sanitárias, essa população manteve a cabeça erguida em busca permanente do desenvolvimento econômico e da justiça social.

Neste mês de setembro completa um ano que Hermes Pimentel da Silva assumiu a Prefeitura para concluir uma gestão contaminada por denúncias de corrupção, desvio de recursos destinados à saúde pública e prisão de pessoas ligadas à administração.

Nesse ano, Pimentel tem experimentado um novo ritmo de trabalho, compreendendo a complexidade administrativa e quantas são as necessidades da população em todas as áreas que se referem à atuação do poder público.

Mais do que seus antecessores, dedica-se com afinco às questões sociais. Por mais que queiram alguns segmentos, Umuarama não pode ser considerada um oásis social. Temos cerca de 10 mil famílias à espera da casa própria. Dessas, pelo menos quatro mil  estão recebendo algum tipo de auxílio governamental para poder ter um pouco mais de dignidade.

Essas têm sido as prioridades de Pimentel: habitação e política de assistência social, que fuja do mero assistencialismo e estabeleça medidas práticas e com resultados permanentes.

Mas, para poder pôr em prática essas propostas, o prefeito não pode atuar de forma individual. Além do apoio do Poder Legislativo, faz-se imprescindível o trabalho de legítimos representantes políticos do município.

E estamos às vésperas das eleições que vão eleger deputados estaduais e federais – além do presidente da República, o governador e um senador. Entramos a partir de agora, todos nós, em momento de reflexão.

Hora do eleitor avaliar os nomes que se apresentam como candidatos, suas propostas, suas chances eleitorais e a real capacidade para contribuir com o crescimento da região. Às vezes o excessivo número de candidatos em um universo eleitoral limitado contribui para a dispersão dos votos, o que pode fazer com que ninguém seja eleito.

Apesar de todos os pesares, dos dissabores, o umuaramense precisa continuar acreditando na política na sua verdadeira acepção, e acreditar, também, que ainda existem bons e competentes políticos. Esse é o caminho mais seguro para garantirmos a verdadeira democracia, e é a democracia que nos garante a liberdade e a independência que o Brasil busca há 200 anos. 

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• Valdir Miranda é radialista e jornalista – atual secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Umuarama.

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