
Julgamento de acusados das mortes de Kawany e Rubens está em andamento
Suziane e Mohamed estão sendo submetidos a júri popular nesta sexta-feira, em Goioerê


Um dos crimes que mais chamou a atenção da comunidade de Goioerê e de toda a região é analisado na Justiça nesta sexta-feira (16). Suziane Ferreira dos Santos, de 26 anos, e Alessandro Benatti de Souza Junior, o Mohamed, de 27 anos, estão sendo julgados pelas mortes de Kawany Cleve e Rubens Bigueti Junior. As informações são do site Goionews.
Kawany e Rubens estão desaparecidos, com indícios de terem sido assassinados, desde o dia 3 de agosto de 2020. O veículo do casal foi encontrado queimado na zona rural de Moreira Sales, mas os corpos do casal nunca foram localizados apesar das intensas buscas.
Na sentença de pronúncia, o juiz criminal Christian Palharini Martins diz que todos os aspectos constantes nos autos levam a crer que o casal tenha sido assassinado e seus corpos ocultados.
Antes da interrupção para o almoço dos envolvidos no júri, 7 testemunhas já tinham sido ouvidas. Considerada a mais relevante, a esposa de Mohamed foi bastante questionada tanto pela defesa quanto pela acusação.
Após o retorno dos trabalhos, outras testemunhas seriam ouvidas antes do início dos debates entre acusação e defesa.
ACUSAÇÃO
Para o Ministério Público, o crime foi arquitetado por Suziane, Mohamed e Mauro Cavalcante, o Ceará (já falecido), após a prisão do marido de Suziane pelo crime de tráfico de drogas. Conforme a denúncia, Suziane acreditava ter sido Kawany, que morava em uma casa em frente, que informou os policiais sobre a situação de tráfico do então marido de Suziane.
Suziane e Mohamed são acusados de duplo homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e por terem agido de forma a dificultar a defesa da vítima) e por ocultação de cadáver. Em caso de condenação, eles podem pegar mais de 50 anos de prisão cada um.

DEFESA
Quando foram ouvidos na audiência de instrução do processo, Suziane e Mohamed negaram participação nas mortes de Kawany e Rubens e se mantiveram calados. Mohamed chegou a dizer que havia uma “armação” contra ele, mas não falou mais nada.
A advogada de defesa de Suziane Ferreira dos Santos, Aline Narimatsu Correia, disse ao Goionews que iria trabalhar para provar a inocência de sua cliente, tendo como tese principal a negativa de autoria. O Goionews não havia conseguido contato com a defesa de Mohamed, mas a tendência era de que seguisse a mesma linha de negativa de autoria.

DEPOIMENTOS
Ao prestar depoimento no julgamento, Suziane se negou a responder qualquer pergunta do juiz, do Ministério Público e dos assistentes de acusação. Ela respondeu apenas a perguntas de sua advogada, disse ser inocente e que não tinha motivos para matar Kawany.
Alessandro Benati também prestou depoimento e negou participação no crime. Mohamed se negou a responder a perguntas do Ministério Público e dos assistentes de acusação, dando respostas apenas às perguntas do juiz e de seu advogado de defesa.
Acredita-se que o negativa de respostas ao Ministério Público seja uma estratégia da defesa para evitar contradições do réu. Mohamed afirmou que não tinha desavenças do casal, que não teria nenhum benefício com a morte de Kawany e Rubens, e não tinha nenhum interesse em fazer mal para os dois.
O Goionews está acompanhando o júri. Confira outros detalhes aqui.
