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Idealista e disciplinado, músico dá salto na carreira com escola de bateria

Clayton Vaz, de 41 anos, marca presença em Umuarama ao ser dono da única escola de bateria da cidade

Clayton Vaz, em seu estúdio, que deseja transformá-lo em reduto de apaixonados por bateria (FOTO: DANILO MARTINS/OBEMDITO)
Idealista e disciplinado, músico dá salto na carreira com escola de bateria
Graça Milanez - OBemdito
Publicado em 19 de setembro de 2022 às 10h09 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 23h06

Os livros de autoajuda estão cheios de conselhos como “sonhe alto, siga os seus sonhos, suas conquistas são do tamanho da sua fé etc etc”. Clayton Vaz, 41 anos, não liga para esse blá-blá-blá, mas foi exatamente um sonho [de um amigo, aliás], que marcou seu destino profissional. Ele, que é um dos bateristas mais respeitados da região, é proprietário da única escola de bateria de Umuarama.

A escola, que leva seu nome [Clayton Vaz Estúdio de Música], reúne mais de 50 alunos. Junto dela funciona uma loja de instrumentos e outros produtos de percussão. Para implantá-la, o músico teve que abrir mão de um conforto, no caso, seu automóvel.

“Vendi meu carro e com o dinheiro montei a loja para agregar valor ao meu negócio; não fiquei a pé porque tenho uma bicicleta, que me leva pra todo lado”, orgulha-se, afirmando que fez um bom investimento, afinal era um projeto que há dez anos vinha arquitetando.

Sua história é bem interessante ou… bem harmônica, podemos dizer. “Minha vida é uma trilha sonora”, brinca. De família humilde, Clayton começou a trabalhar na adolescência, como entregador de jornal [foi funcionário do Umuarama Ilustrado por três anos].

E foi com o dinheiro que ganhou e poupou que, aos 16 anos, comprou sua primeira bateria. Gostava de música, mas nunca tinha tocado um instrumento, muito menos bateria”, esclarece, relembrando o que o levou a investir “nessa proeza”.

“Tive um sonho”

“Eu estudava no Monteiro Lobato. Um dia um colega chegou e me falou: ‘Tive um sonho… sonhei que nós tínhamos uma banda e você era o baterista’. Bastou essa conversa para me convencer; logo, comprei minha primeira bateria”.

E como aprender a tocar, sem escola, com pouca grana? “A sorte grande vem ao meu encontro, novamente. À época, um baterista de Toledo [Rafael Heiss] vinha tocar na igreja que eu frequentava e me ensinou as noções básicas, ou seja, o ritmo e a técnica das primeiras batidas”, conta.

Mas teve que se esforçar bastante para se aprimorar: começou a praticar muito e a estudar. Nesse momento, o destino mais uma vez caprichou: seu segundo emprego, na extinta banca de jornal e sebo do Jurandir [famosa e bastante frequentada nos anos de 1980/90] o colocou em contato com revistas diversas, da área musical; sua preferência, claro, eram pelas que traziam cifras. “E foi assim que me apaixonei de fato por esse instrumento”.

Arrematando a conversa, Clayton afirma, categórico, que não haveria outro caminho pra ele seguir: “Eu não gostava de escola [formal], de jeito nenhum! Logo vi que a música era a única chance que eu tinha para seguir adiante! Hoje eu vivo disso. Tenho uma carreira e a gerencio de forma profissional. Ainda estudo muito, todos os dias… Sou um cara disciplinado!”.

O estúdio

O Clayton Vaz Estúdio de Música tem diferentes ambientes, com instrumentos musicais e estrutura de apoio modernos. É também loja, onde Clayton atende sua clientela de alunos, vendendo produtos não facilmente encontrados no comércio de Umuarama.

“Meu projeto para os próximos anos é ter um espaço bem maior, com mais salas; uma loja maior, também, e trabalhar de uma forma mais consciente, no formato coworking, compartilhando o estúdio para outros professores que quiserem dar aula junto comigo; enfim, quero que seja um verdadeiro reduto de aprendizagem musical”, idealiza.

Mais de 13 anos de estrada

Antes de se se embrenhar pelos caminhos do empreendedorismo, Clayton tocou de 2000 a 2004 na banda Mistureba, de Cruzeiro do Oeste, muito famosa por aqui, à época.

Depois mudou-se para Maringá, para se posicionar melhor como baterista freelancer. Lá também foi professor [dava aula na Escola de Belas Artes] e tocava na banda da dupla sertaneja umuaramense Pedro Paulo e Alex; com eles rodou estradas por aí afora durante dois anos.

Nos finais de semana vinha para Umuarama visitar a família e ficava às segundas e terças-feiras para, também, dar aulas [em casa]. Em 2013 volta definitivamente pra cá. “Tudo que tenho hoje conquistei com muito esforço, por isso me permito usufruir intensamente”.

Clayton Vaz, em seu estúdio, que deseja transformá-lo em reduto de apaixonados por bateria

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