
‘Justiceiros’ torturaram e libertaram ladrões em Cafezal do Sul sem acionar a polícia
Novas informações divulgadas pela Polícia Civil sobre a Operação Liga da Justiça, deflagrada nesta quarta-feira (30), revelam detalhes sob as […]


Novas informações divulgadas pela Polícia Civil sobre a Operação Liga da Justiça, deflagrada nesta quarta-feira (30), revelam detalhes sob as condições e tipos de torturas na qual a dupla de ladrões foi submetida pela quadrilha de “justiceiros” do município.
De acordo com a 15ª Delegacia Regional de Polícia de Iporã, as investigações tiveram início através de vídeos que circularam amplamente pela internet e redes sociais. Nos vídeos, é possível ver dois autores de um roubo ocorrido no dia 21 de outubro na cidade, sendo forçados a confessar o crime após serem submetidos a ameaças com armas de fogo.
Ainda de acordo com a PC, um dos suspeitos também teria sido levado pelo grupo a um local ermo e colocado em um tanque de água, sendo afogado diversas vezes sob ameaça de duas armas de fogo. Após os sequestros e torturas, o grupo “liberou” os suspeitos e em nenhum momento comunicaram as autoridades.
Dessa forma, a Polícia Civil identificou os indivíduos que aparecem nas imagens, e solicitou a Justiça a prisão preventiva de 5 pessoas e a busca e apreensão em 7 locais utilizados pelos investigados, sendo prontamente concedidas as ordens.
No cumprimento dos mandados expedidos pela comarca de Iporã, foram presos preventivamente três homens de 50, 25 e 20 anos sem ficha criminal; um homem de 38 anos com passagem por associação criminosa; e outro de 34 anos com passagem criminal por contrabando e receptação.
Na residência do suspeito de 34 anos os policiais encontraram uma pistola calibre 9mm – em nome da esposa, que possui registro CAC – além de 32 aparelhos celulares de provável origem estrangeira. Apesar da arma estar em condição regular, a arma também foi apreendida pois seria a mesma que foi utilizada durante o crime. Os celulares foram encaminhados para a Receita Federal, em Guaíra.
Todos os presos foram encaminhados a Cadeia Pública de Iporã, onde permanecerão a disposição da justiça. Os autores do roubo que desencadeou a tortura já foram presos pela Polícia Civil de Iporã e aguardam julgamento.
A operação contou com 30 (trinta) Policias Civis da 15ª Divisão Regional de Polícia (DRP) de Iporã, da 7ª Subdivisão Policial (SDP) de Umuarama, Policiais Militares do 25º Batalhão de Polícia Militar (BPM), e do Batalhão de Operações de Fronteira (BPFron) de toda a região.
A operação foi batizada como Liga da Justiça, posto que o indivíduos identificados formaram um grupo armado e estariam fazendo justiça pelas próprias mãos, como uma espécie de “justiceiros”.