Rodrigo Mello Publisher do OBemdito

Polícia Civil investiga trader que operava em Umuarama sem autorização do órgão regulador

O operador teria lesado sete pessoas gerando um prejuízo de R$ 3,9 milhões

Polícia Civil investiga trader que operava em Umuarama sem autorização do órgão regulador
Rodrigo Mello - OBemdito
Publicado em 24 de março de 2023 às 12h34 - Modificado em 21 de maio de 2025 às 12h05

A Polícia Civil de Umuarama está investigando um caso de crime contra o sistema financeiro nacional. De acordo com as investigações, que estão sendo conduzidas pelo delegado adjunto da 7ª SDP (Subdivisão Policial), Isaías Cordeiro, um homem de 45 anos, que não tinha autorização do órgão regulador para operar no mercado de venda de títulos de imóveis, usava seu CPF para fazer transações financeiras em nome de terceiros.

Nesta sexta-feira (24), em entrevista coletiva, que contou a partição dos delegados Gabriel Menezes e Leonardo Rodrigues Martinez, o delegado responsável pelo caso deu detalhes sobre o andamento das investigações. De acordo com ele, o operador, que é de Umuarama, teria lesado sete pessoas também do município, gerando um prejuízo estimado de R$ 3,9 milhões.

“No início ele operava sozinho, somente para ele, comprando e vendendo títulos e valores mobiliários no mercado financeiro através da bolsa de valores. Depois disso, teria começado a ministrar cursos de trader [investidor do mercado financeiro que busca ganhar dinheiro com operações de curto prazo] para futuros operadores”, conta o Cordeiro.

Conforme o delegado, o homem montou uma escola para treinar futuros operadores no mercado financeiro e começou a operar em nome deles. “Todos os valores que eram transferidos das pessoas eram direcionados direto para o CPF dele, ou seja, ficava na movimentação financeira dele”, destaca.

Em seguida, segundo o delegado, algumas pessoas começaram a buscar clientes para esse operador. “Cada cliente novo que chegava, a pessoa que capitava, ganhava 1% do valor que era aportado para ser operado, então ele acabou insuflando outras pessoas a buscar novos clientes aumentando o volume do valor negociado diariamente”, explica o delegado ao detalhar que também havia promessa de distribuição dos lucros do capital aportado em torno de 4% ao mês.

Prejuízos

Até o momento a Polícia Civil registrou sete boletins de ocorrências. As vítimas teriam investido valores que soraram R$ 3,9 milhões. “Algumas vítimas injetavam valores mais elevados por conta da promessa de rentabilidade de 4% mensal. Isso incentivava algumas pessoas que tinham o patrimônio mensal maior a aportar valores mais altos e, outros, na medida do seu patrimônio, valores mais baixos”, explica Cordeiro.

Investigação

As investigações, que começaram há algum tempo, estão em fase de remessa para a Polícia Federal (PF), por se tratar de um crime contra o sistema financeiro nacional. “Já ouvimos o suspeito e também as vítimas. Agora estão sendo feitas diligências para remeter a PF que é quem tem atribuição para apurar crimes contra o sistema financeiro nacional”, finalizou o delegado.

Homicídios

Durante a coletiva também foram trazidas informações sobre dois homicídios registrados nesta semana, um deles em Umuarama e, o outro, em Mariluz. De acordo com a Polícia Civil, as vítimas, Matheus Dias Alves, de 21 anos, e Cauan Araújo, de 20 anos, possuíam registros e anotações policiais, bem como conexão com atividades ligadas ao tráfico de drogas.

“Nós estamos em uma fase preliminar de investigação, então hipóteses são ventiladas de todos os lados. É possível, nada é descartado nesse sentido. Mas isso só vai ser possível afirmar com certeza no final da produção dos relatórios de investigação que é feito pelo grupo de diligências especiais daqui de Umuarama”, disse o delegado responsável pelas investigações, Leonardo Rodrigues Martinez. (Acompanhe aqui a reportagem completa sobre os homicídios).

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