
Dona de casa de Umuarama encontra na técnica do frufru sua fórmula de fazer o salário
Os tapetes frufru da dona de casa Ina chamam a atenção dos clientes de Umuarama pelos desenhos bacanas e cores vibrantes


Uma dona de casa de Umuarama mostra que, de fato, não seria exagero dizer que para tudo (ou quase tudo) temos representante na cidade. Aliás, penso que, procurando, a gente encontra. Por exemplo: a representante dos tapetes frufru da nossa cidade mora no bairro Arco Íris. Ela se chama Zelina Félix Barbosa, a Ina, apelido que traz da infância; além disso, é esposa, mãe de cinco filhos, tem 56 anos e, há 25 anos, se dedica à arte do frufru, trabalhando em casa.
Ao contrário do que o nome diz, tapete frufru não é um tapete cheio de frescura e, sim, conforme o dicionário informal define, “algo fofo, bonito, chamativo”. Na verdade, trata-se de um método artesanal tradicional, um tipo de bordado feito com tiras de tecido. Nesse sentido, Ina usa a helanquinha [uma malha de poliéster bastante resistente, durável, elástica e fluida].
A dona de casa de Umuarama diz ter paixão por essa técnica artesanal, que aprendeu sozinha e que se tornou sua principal fonte de renda ao longo dessas mais de duas décadas. Além disso, além de um salário, a artesã encontrou nessa atividade manual também um propósito. Segundo ela: “Eu amo o que faço. Não é só trabalho, é terapia, é amor… Foi o que sempre me ajudou no orçamento da casa e a manter a calma”, conta.

Capricho no trabalho da dona de casa de Umuarama
Seus tapetes, produzidos com muito capricho – “para não desmanchar as costuras”, esclarece; “e com forro antiderrapante”, salienta – chamam a atenção dos clientes da feira de domingo, onde ela expõe e vende. Além disso, “todos dizem que gostam das combinações de cores que eu coloco neles”, conta, sorrindo a dona de casa de Umuarama.
O arranjo de cores, a que se refere, é, digamos, o principal atributo dos tapetes frufru: de fato, parece que, quanto mais vivas, mais intensas, mais valorizados são; assim, expostos na barraca da feira, irradiando essa tonalidade instigante, atraem o olhar até dos que não têm intenção de comprar. “São cores alegres! As pessoas param para elogiar”, assegura Ina.

Frufruzeira abençoada!
Os formatos variam pouco. Por exemplo, o que Ina mais faz são jogos para banheiro e cozinha; ambos compostos por três tapetes, combinando no desenho e nas cores. Outros tamanhos a dona de casa de Umuarama só faz por encomenda dos clientes, principalmente a maioria de Umuarama. Assim, Ina passa pelo menos seis horas por dia na sua máquina de costura industrial, que foi adaptada com a frufruzeira, um aparelho que dobra as tiras de tecido em pregas, enquanto costura, simultaneamente.
“Digo sempre que a pessoa que inventou esse aparelho é abençoada! Antigamente eu fazia tudo à mão: cortava, dobrava, costurava… Vivia cheia de calos! Hoje eu tenho uma máquina que corta as tiras, na largura que eu quero, e a que costura com a frufruzeira; eu só tenho que ir fazendo os movimentos seguindo o desenho… Bem mais tranquilo!”

Flores, frutas, futebol…
Quanto aos desenhos… Esses, sim, variam bastante. Os mais requisitados são os geométricos, de flores [muitas flores!], de bichos delicados [como ursinho, gatinho, cãozinho], de frutas e verduras [como morango, berinjela, melancia], logotipo de futebol, bandeira do Brasil, entre outros.
“Eu gosto de variar; às vezes, invento um novo modelo ou atendo o pedido de alguém que quer algo especial”, explica, orgulhosa do que faz a dona de casa de Umuarama. “E vou continuar nessa lida… Isso aqui é minha vida”, reafirma, enquanto costura mais uma tira de tecido, transformando-o em um tapete único que, certamente, levará o reflexo de seu talento para outro lar.
Para encomendar ligue (44) 9 9819-7022.











